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terça-feira, dezembro 31, 2002


Movie Quote Day

Que o ano que vem seja muito nerd para todos vocês!

'So do all who live to see such times. But that is not for them to decide. All we have to decide is what to do with the time that is given to us.'




sexta-feira, dezembro 27, 2002


Um minuto de silêncio pela morte dos blobs.
Se vocês quiserem a volta da criaturinha feliz e inútil que pulava alegremente no final do brógue, dêem uma força para eles aqui.
Blob, sentimos sua falta.





Dias inúteis

Apesar do episódio, já resolvido, da falta de sobremesa no Natal, eu tenho que admitir que correu tudo bem. Foi um Natal bem legal até. Mais tranqüilo, com menos correria e menos pessoas fazendo perguntas incomôdas e piadas sem-graça das quais você tem que rir para ser simpático. E muito menos presentes ruins que você tem que sorrir e dizer "puxa, obrigado, eu estava mesmo precisando desse par de meias beges!", quando você realmente queria dizer "vem cá, você me deu essa porcaria por que tem mau gosto mesmo, ou é pessoal? Tem alguma coisa que você está querendo me dizer com isso?" Na verdade, esse ano eu só ganhei presente legal; até mesmo de amigo oculto eu ganhei um presente, digamos, excelente. Para fechar a tampa, eu ainda organizei o melhor amigo oculto do mundo. Eu sei que não devia esnobar assim, mas eu tenho muito orgulho disso, então eu vou até dizer de novo: eu organizei o melhor amigo oculto do mundo. É isso aí.
Agora o Natal acabou e aqui estamos, nesse período morto entre Natal e Ano Novo em que nada acontece. Não dá para trabalhar direito com a dor de cabeça que ficou depois de todo aquele peru, fios d'ovos e muito vinho barato ao som dos gritos do seu sobrinho mal-educado. Também não dá para descansar sabendo que tem tanta coisa que você precisa fazer antes do ano acabar e tão pouco tempo. Ainda tem aquelas obrigações natalinas pendentes, como aquele presente que você comprou mas não entregou, a visita àquela sua tia-avó tão boazinha que não pôde ir na festa, ou pior, aquele presente que você não teve tempo de comprar e vai ter que encarar as lojas agora, se achando o malandrão só porque deixou a euforia do Natal passar, só para quebrar a cara ao descobrir que todo mundo teve a mesma idéia, e por isso as lojas continuam apinhadas de gente. Tudo isso sem esquecer que o ano novo vem aí à galope, e que você não pode ficar de bobeira comendo as sobras da ceia e assistindo E.T. na sessão da tarde.
Na minha modesta opinião, o Natal e o ano novo são muito próximos. Não que eu não goste de ter esse recesso de fim de ano, mas eu nunca consigo aproveitar bem o pós-Natal, porque o ano novo vem atropelando; e não consigo fazer reflexões muito profundas pré-ano novo porque estava preocupada com o Natal. É tudo muito rápido: num dia você está comprando presentes, no outro já está vestido de pai-de-santo, pulando num pé só e se preparando para acordar com um cabo de guarda-chuva enfiado na boca. Não é que nem a semana saco cheio, em que o dia das crianças e o dia dos professores se complementam e juntos formam um dos melhores feriados do ano. O Natal e o ano novo competem pela sua atenção.
Então, numa iniciativa ousada, eu proponho a trasferência do Natal para uma época mais adequada, já que não dá para mudar o ano novo. Ia ficar meio estranho se o ano acabasse em julho, afinal de contas. Então vamos passar o Natal para um mês daqueles mais parados, tipo agosto. Assim os feriados ficam melhor distribuídos ao longo do ano, diminuindo o estresse e aumentando a produtividade. Muito melhor, vocês não acham?
Ah, e antes que algum purista venha me dizer que o Natal é um feriado religioso, que é o aniversário de Jesus e coisa e tal. Não vou entrar no mérito da questão: ninguém tem realmente certeza da data exata do nascimento de Jesus, 25 de dezembro é só uma convenção. Existe uma corrente que acredita que Jesus nasceu em 20 de março, portanto vá discutir com eles, não comigo. Além do mais, o sujeito já morreu há mais de 1960 anos. Não é como se ele pudesse aproveitar a festa.
Tudo isso foi só para dizer que está sendo inaugurado o template de ano novo. Espero que vocês tenham aproveitado o de Natal, porque ele já era.



terça-feira, dezembro 24, 2002


MSSNN

Acabo de descobrir que não tem sobremesa na minha casa. Veja bem: é Natal, e não tem sobremesa. Só amanhã, na hora do almoço.
Então estou formando o MSSNN - Movimento dos Sem Sobremesa No Natal. Estamos aceitando a doação de sobremesas de qualquer tipo. Pede-se entrega imediata. Muito obrigado e boa ceia para vocês.



segunda-feira, dezembro 23, 2002


Movie Quote Day

Vamos todos ser felizes!

'And now with your permission, I'm going to do my stuff.'




sábado, dezembro 21, 2002


We wish you a Merry Christmas

Eu queria aproveitar que o ano está acabando para fazer alguma coisa, mas esqueci o que era. Então eu improviso: queria desejar um Feliz Natal para todos os meus leitores e os gaiatos que entram aqui procurando "site brasileiro porno free" e coisas parecidas. Vocês estão um pouco desorientados, mas isso não é motivo para não terem um bom Natal, não é mesmo? Então Feliz Natal para todos.



sexta-feira, dezembro 20, 2002


Sou só eu, ou o mundo todo está incrivelmente cansado neste fim de ano?



quinta-feira, dezembro 19, 2002


Tá na hora, tá na hora...

É chegada a hora de divulgar o resultado do incrível concurso "Identifique os Heróis Japoneses que vestiam roupas metálicas feitas de papelão e lutavam contra monstros gigantes de borracha"! Sim, eu sei que vocês estão todos muito ansiosos para saber a resposta, mas antes, vamos fazer uma pausa para uma rápida análise de consciência: quantos de vocês sabiam as respostas? Aposto que alguém olhou para aquelas fotos e disse "ih, olha lá o Jaspion e o herói X que eu não vou dizer o nome ainda!" e teve boas memórias de tardes passadas na frente da Rede Manchete. Vocês sabiam, não é mesmo? Nem era difícil. Mas só um de vocês se dignou a responder a pergunta do incrível concurso "Identifique os Heróis Japoneses que vestiam roupas metálicas feitas de papelão e lutavam contra monstros gigantes de borracha". Tsc, tsc, tsc, que vergonha. O Jaspion não aprovaria essa atitude.
Agora, o momento que todos estavam esperando:

1) Guerreiro Dimensional Spielvan
2) Metalder - O Homem Máquina
3) O Fantástico Jaspion
4) Policial do Espaço Gyaban
5) Jiraiya - O incrível Ninja

Era só isso. Nenhum bicho de sete cabeças.
Quanto ao ganhador do concurso, eu sinto informar que não houve. Como não tinha prêmio mesmo, acho que ninguém vai se importar. No entanto, a vitória moral vai para o Xixa, japonês simpático e tão amigo dos animais que carrega um texugo na cabeça, por ter acertado 99% do teste e, claro, por ter sido o único que respondeu. Parabéns, Xixa, você ganhou um grande nada. Obrigado por participar.
Obrigado também a todos os que não participaram. Deus os abençoe e boa viagem a todos. Não se esqueçam de agradecer ao Xixa também. Ele é o responsável por vocês amanhecerem no chão nesta quinta-feira. Considerem-se sortudos.



quarta-feira, dezembro 18, 2002


Questões relevantes para pensar num momento em que você não tenha nada melhor para pensar (como agora, por exemplo)

Simpatias de ano novo realmente funcionam?
Existem outras dimensões?
Se existem outras dimensões, o que você está fazendo nelas neste exato momento?



segunda-feira, dezembro 16, 2002


Movie Quote Day

A citação de hoje é uma das coisas mais bonitas já ditas na tela do cinema. Prestem atenção.

'– Of course I'm home. I'm always home. I'm uncool.'









O que o Jack Palance diria numa hora dessas?

Meu amigo Jack não iria acreditar que depois de três dias inteiros eu não recebi nenhuma resposta para o teste dos super-heróis japoneses. Ele provavelmente iria tentar achar alguma explicação que envolvesse um bezerro de duas cabeças, o Triângulo das Bermudas e os produtos Polishop. Pode até ser que o Jack esteja certo, então eu vou dar mais uma chance para vocês:

O incrível concurso "Identifique os Hérois Japoneses que vestiam roupas metálicas feitas de papelão e lutavam contra monstros gigantes de borracha" foi prorrogado até quarta-feira, dia 18. A resposta será divulgada à meia-noite de quarta para quinta.
Se ninguém sequer tentar acertar, se eu não receber nem um e-mail a respeito até o final deste prazo, todas as pessoas que leram este post acordarão na quinta grudadas no teto de seus respectivos quartos. Acredite... se quiser.



sexta-feira, dezembro 13, 2002


Olega olega olega cê i ki tá

Conversando sobre seriados japoneses um desses dias, descobri um fato interessante: a imagem que eu tenho do Jaspion na minha cabeça se sobrepôs a imagem de todos os outros heróis japoneses que vestiam roupas metálicas feitas de papelão e lutavam contra monstros gigantes. Eu achava que eles eram todos iguais, mas não. O problema é que, sempre que eu tentava lembrar como era o Jiraiya, por exemplo, lá vinha a cara do Jaspion se meter no meio. Era o Jaspion de uniforme, não o de cabelo blackpower e colete de couro: esse é inconfundível. Então eu não lembro de nenhum dos outros. Verdade seja dita, eles eram bem parecidos. Você não acha?
Então tire a prova: aqui estão cinco heróis de seriados japoneses para você identificar. Vamos ver quem é bom mesmo.




E não vale dizer "ah, eu me lembro desse, mas esqueci o nome". Só aceito respostas completas, com nome e sobrenome, ou subtítulo, ou complemento que o valha. A resposta para o teste será divulgada na segunda-feira. Dessa vez não tem prêmio. E quem reclamar é bobo, chato, feio e cheira chulé no café da manhã.



quarta-feira, dezembro 11, 2002


Direito de Resposta

Gostaria de esclarecer que, ao contrário do que andam dizendo por aí, eu não fico pensando no Kenny G. Eu nunca penso no Kenny G. Se o Kenny G fosse uma fadinha e dependesse das minhas palmas para continuar existindo, eu nunca mais juntaria as duas mãos, nem mesmo na hora de lavá-las. Isso é tudo uma grande calúnia. Eu não penso no Kenny G. E, se pensasse, provavelmente o desprezaria.
Agora ponha-se no meu lugar: o que você faria se fosse acordado às oito da manhã por um telefonema do banco que sequer era para você, e depois disso ficasse com a linha de telefone presa ao som de Kenny G por QUINZE MINUTOS? Hein? Considerando o trauma psicológico que isso poderia ter me causado, acho que eu me saí surpreendentemente bem.



terça-feira, dezembro 10, 2002


No inferno, todos os telefones tocam Kenny G. Não existe sinal de discagem, não existem ocupado, nem "o número chamado encontra-se fora da área de cobertura ou desligado. Tente mais tarde". Não. É tudo Kenny G.
Você tira o telefone do gancho e "tu-ru-tu-ru-ruuuu", Kenny G tocando aquela música insuportável da trilha daquele filme mais insuportável ainda com a Julia Roberts. Tenta ligar para a sua família e ouve o novo single do último disco do Kenny G. Não consigo imaginar uma tortura pior.
Aliás, consigo sim: passar a eternidade ouvindo, como música ambiente, um grupo de crianças tocando músicas do Kenny G em flautas de plástico. Isso é definitivamente o pior que eu consigo imaginar.



segunda-feira, dezembro 09, 2002


Movie Quote Day

Essa é para vocês românticos incuráveis. Eu sei que vocês estão aí.

'– You hear what I said, Miss Kubelik? I absolutely adore you.
– Shut up and deal.'









'Merry Christmas, baby. Another f*****g year. I adore you, sweetheart. Now, f**k off.'



Apesar da feliz notícia de que eu só vou ganhar um pedaço de carvão de Natal esse ano, eu estou imbuída do espírito natalino. Aliás, você já notou que as pessoas ficam muito imbuídas nessa época do ano? E que elas sempre ficam imbuídas do espírito de alguma coisa? Imbuir é quase um verbo kardecista. Não é você que fica imbuído, é um espírito que toma conta de você.
Ninguém fica imbuído de saudade, nem de qualquer outro sentimento. Poderia ficar, se quisesse, já que imbuir, segundo o Aurelinho versão de bolso, é "ficar cheio de". Na verdade, a primeira definição é "meter num líquido, embeber", o que não se aplica aqui. A não ser que você considere aquele seu tio mala que vai ficar imbuído de vinho até o final da ceia. Não seria Natal sem ele, não é mesmo?

Então, imbuída do espírito de Natal, estou inaugurando o novo template natalino. Espero que vocês gostem.




domingo, dezembro 08, 2002


When I'm sixty-four

O amor é lindo. Sim, eu estou me entregando ao romantismo piegas e barato, mas é isso aí: o amor é lindo. Podem ficar chocados e começar a ligar para o pessoal da camisa de força. O amor é lindo, cor-de-rosa e faz tudo dar certo no final, e palmas para o filme "O Filho da Noiva" que me fez acreditar nisso.
Cá entre nós, tem que ser muito cínico e desiludido para não se comover com uma história de amor entre dois velhinhos, que ainda se amam de verdade depois de 44 anos e uma doença de Alzheimer. Eu ainda não cheguei nesse ponto, então eu confesso que estou profundamente comovida. No fundo, no fundo, fico até com uma pontinha de inveja: queria eu, com Alzheimer e tudo, chegar aos 64 anos com alguém ainda apaixonado por mim. Podem me sacanear, vai, eu não ligo. Vamos ver quem vai estar rindo quando vocês pessimistas durões estiverem sentados numa poltrona mofada, em frente à televisão, babando ao som dos programas de auditório da época. Eu, se não tiver atingido a celebridade por meus incríveis talentos enquanto criança super-precoce, espero pelo menos receber visitas no asilo de pessoas que se importam comigo. Mas não fiquem tristinhos quanto ao futuro escuro e deprimente que está reservado para vocês: nem todos podem ser gênios infantis como eu. E, se serve de consolo, eu ainda tenho que passar pela adolescência. Me disseram que a tal da puberdade é horrível.



sexta-feira, dezembro 06, 2002


Momentos da Vida Real

– Teve show do Pedro Luis aqui ontem.
– Que Pedro Luis? O da Parede?
– É, mas ele não trouxe a Parede, não.
– Não? Era ele sozinho?
– Não, tinham uns músicos, mas não era a Parede. Era no máximo uma divisória de fórmica.

***************

– E aí, você falou com ele?
– Falei, mas você sabe como é, ele é muito flambê.
– Flambê?
– É, flambê. Do tipo que finge que não está interessado.
– Ah, blasê. Sei.

***************

– E aí, menina, como vai o namorado?
– Ah, vai bem, nós estamos ótimos.
– É? Então vocês ainda não terminaram?
– Não, não.
– Quando terminar me avisa, que a minha senha é a próxima.



quarta-feira, dezembro 04, 2002


A gente fazemos o que a gente podemos

Não se pode ganhar sempre. Ganha-se umas, perde-se outras e a vida vai seguindo no meio do caminho. Eu ainda podia usar mais uns chavões antes de entrar no assunto, mas nós íamos ficar aqui por muito tempo e tanto eu quanto você temos mais o que fazer, não é mesmo? No meu caso, não muito, mas vamos lá, a gente finge que sim. Então o assunto é futebol. Por que futebol? Você tem um assunto melhor? Eu não me lembro de ninguém ter me enviado sugestões de posts, então o primeiro que reclamar leva um cascudo e um peteleco na orelha ao mesmo tempo.
A verdade é que futebol é uma desgraça. É um esporte bárbaro, em que 22 marmanjos ficam se empurrando, se batendo e se chutando porque querem pegar a bola um do outro. Freud faria uma festa com isso. Mas tudo bem, estamos no Brasil (menos você, Moe): país do samba, carnaval, mulatas e futebol, é claro. Então não tem como escapar dele: tente ignorar a Copa do Mundo pra ver o que acontece. Quer uma mais simples? Vá a uma festinha e quando você estiver numa rodinha de conversa bem animada, comece a falar de futebol. Espere até alguém perguntar qual é o seu time e observe o olhar torto e a cara de desgosto de quem está cheirando cocô de cachorro quando você disser que não tem time. É, amigo, não gostar de futebol é o equivalente da lepra moderna.
A essa altura do campeonato, já tem um monte de gente (é metafórico, eu sei que não essa gente toda lendo isso) achando que eu sou esquisita e que eu não gosto de futebol. Pois isso não poderia estar mais longe da verdade. Futebol é possivelmente o único esporte que eu gosto, além de bocha. Tenho camisa de time e tudo, assisto Campeonato Espanhol, Italiano, Eslovaco, Liga dos Campeões, Copa dos Campeões, Liga dos que chegaram entre 5o e 22o, todas essas coisas. Então porque diabos eu estou aqui falando mal de futebol? Não é que eu seja contra o futebol em si, eu sou contra torcida enquanto conceito. Eu sou totalmente contra você ser obrigado a torcer por um time, assistir todos os jogos com a mesma cueca e com um santo de cabeça para baixo enfiado num copo de cachaça, gritar, xingar o juiz, roer as unhas, encher a cara quando o time ganha e desenvolver uma úlcera quando ele perde. É muita bile gasta à toa. Por que as pessoas não podem simplesmente assistir ao jogo calma e pacificamente pelo futebol? Tudo bem que hoje em dia é dose tentar assistir a um jogo pela pura exibição do esporte, já que os jogos estão cada vez mais horrorosos. Mas nada justifica coisas como um indivíduo se dignar a ir para janela de sua casa berrar o nome do seu time que nem está jogando, quando um outro time faz um gol num jogo importante contra um tradicional adversário do time do sujeito em questão. Por exemplo, o babaquara que gritou "Mengooooo!" quando o Corinthians fez o primeiro gol no jogo contra o Fluminense ontem à noite. Qual é o nexo disso?
E não me venham com psicologia barata, dizendo que tudo isso é porque o meu time perdeu. Façam-me o favor: meu time sempre perde. Eu já estou mais do que acostumada.



terça-feira, dezembro 03, 2002



Por que não uma ola?





Recadinho

Lois,



E tudo mais de bom que você quiser.

Beijo.





Movie Quote Day

Não reparem, eu sei que já passou da hora, mas como eu ainda não dormi, hoje ainda é ontem para mim. Entenderam?

'You know what the real tragedy of this day is? I'm not even supposed to be here today!'







segunda-feira, dezembro 02, 2002


Nota de suicídio

Calma, amiguinhos, eu não estou pensando em fazer nada tão extremo num futuro próximo. Em futuro nenhum aliás, mas já que nunca se sabe, eu andei imaginando o que eu deixaria como bilhete de suicídio. Se seria uma longa carta, com recados para todo mundo, um retrospecto de tudo o que eu passei, longas explicações do que me levaram a fazer isso e ainda algumas visões sobre o mundo e assuntos atuais; ou se seria uma coisa mais sucinta, como uma poesia colocando no papel toda a alma torturada que eu não consegui expressar em vida. Depois de muito refletir, cheguei à conclusão que prefiro o segundo tipo, por uma questão de comodidade. Afinal de contas, quem quer perder horas e horas escrevendo uma carta para explicar para um bando de pessoas insensíveis o quão angustiada e sofrendo eu estava? Elas que se danem.
O problema é escrever uma poesia gótica. Porque tem que ser gótico, você não pode se matar e deixar um hai-kai sobre passarinhos. Meus talentos poéticos nunca passaram de "Batatinha quando nasce", que apesar de ser um clássico atemporal, não é exatamente escuro e misterioso. Talvez seja mais fácil se você realmente tem a alma torturada, mas com o maravilhoso advento da internet, nem isso você precisa ter mais. Sim, amiguinhos, agora existe o fabuloso "Goth-o-matic", uma invenção maravilhosa que permite que você faça brilhantes poesias recheadas de temas macabrados e sentimentos torturantes sem nenhum esforço. Então eu fui lá e fiz a minha contribuição para o mundo dos bilhetes de suicídio e rabiscos de adolescentes pseudo-intensos que sonham em levar um pé na bunda (que também sofrem com as dores da alma, mas por quinze minutos ou menos). Lá vai:

Oba Fofia - um alienigena, um camelo e uma colher de pau magica


Darkness Descends

the night falls in a heavy, suffocating cloak, cold and alone are we.
the salvation for which you lust
flares once, then dies,
devoured by the all-encompassing dark.
all hope must fail.

your love is no more.
how could you fail to believe?
shadows surround us, crying,
we have lost our light.



A ilustração também é fornecida pelo site, que possui cinco modelos à sua escolha, mas é claro que você pode optar pelo modelo simples. O preço é o mesmo.
Ah, não precisam fazer comentários sobre a poesia não, viu, eu sei muito bem que está xuxu beleza, supimpa mesmo. Não se dêem ao trabalho.

DISCLAIMER: Esse brógue não estimula, concorda ou sugere que as pessoas se matem. Também não é intensão dos autores desse brógue difamar ou ridicularizar as pessoas que o fizeram por um motivo ou outro, salvo as que já eram realmente ridículas em vida.



quarta-feira, novembro 27, 2002


Filoso quem?

Não me entendam mal: não é que eu não goste de Filosofia. Como alguém pode não gostar de alguma coisa que estuda e explica os mistérios mais fundamentais da humanidade. São assuntos de interesse comum, como de onde viemos, para onde vamos, dói quando eu faço isso? Todo mundo quer saber essas respostas, não é mesmo?
Então, eu gosto de Filosofia. Platão era um cara sensacional, todo aquele lance do banquete, da caverna e, ainda por cima, metade das coisas que ele escreveu ele colou de Sócrates. Bom sujeito. Nietszche também é interessante: o cara tentou acabar com as religiões, matou Deus, ficou maluco, cresceu um bigodão e ainda teve tempo para criar um dos super-heróis mais famosos dos quadrinhos. Ha, eu faço piadas filosóficas. Vejam como eu sou inteligente! Ok, deixa para lá.
Bom, prosseguindo, Filosofia é um tema bem legal, desde que bem explorado, com tempo e paciência. O problema é quando um professor da faculdade, de uma matéria que eu nem devia estar fazendo, me obriga a ler Lukács. Você já leu Lukács? Nããão? Olha, sinceramente, não sei como você sobreviveu até hoje sem satisfazer essa necessidade primordial da humanidade que é ler Lukács. Sério mesmo, como você pode ficar aí sem sabe que "A razão renuncia à sua universalidade, se fragmenta numa pluralidade de razões, isto é, de reacionalizações setoriais, que se limitam a horizontes e motivações particulares"? Como? Realmente, Lukács é uma leitura obrigatória para todos, mas especialmente aqueles que não gostam de ler, nem sabem o que é Filosofia e acham isso tudo coisa de boiola desocupado. Porque aí eles não vão mais achar, vão ter certeza.
Se você encontrar por aí com uma pessoa esnobe que diz que já leu todas as obras dele e entendeu tu-di-nho, pode ter certeza de que é mentira da grossa.
Na verdade, o que eu queria dizer é: Querido Professor, faça o obséquio de enfiar o seu Lukács em um lugar fisicamente desagradável. 'Gradicida.



segunda-feira, novembro 25, 2002


Movie Quote Day

Uma questão fundamental da humanidade.

'Get busy living, or get busy dying.'






Algum psicopata andou por aí procurando fotos minhas na internet. Pois bem, essa é para você que se deu ao trabalho de ir no Google procurar "fotos da garota do oba fofia", e também para ninguém reclamar que eu não atualizo nunca esse negócio.



Essa é uma foto recente. Sim, eu tenho 4 anos de idade e sou uma criança prodígio. Espero estar completando meu doutorado em astrofísica até os nove anos, para poder iniciar minha carreira na dramaturgia antes dos dez. Aos vinte eu já terei dominado o mundo, é claro. Mas se alguém quiser, pode se render à minha soberania agora mesmo que eu não vou reclamar.



sábado, novembro 23, 2002


Ralph Fiennes

Eu realmente queria falar de outra coisa, mas não vai dar. Parafraseando a Regina Duarte: eu tenho medo do Ralph Fiennes. Muito medo mesmo. Desde aquele nazistão de Lista de Schindler, eu sempre soube que o sujeito tinha potencial, mas depois de assistir "Dragão Vermelho" eu tive plena e total certeza de que ele é o mal encarnado. Eu, se fosse o Gary Oldman, ia começar a ficar esperto, porque a qualquer momento ele vai perder o posto de "vilão preferencial de Hollywood". E olha que não é qualquer um que consegue ter lábio leporino e ser aterrorizante ao mesmo tempo. Sendo inglês, deve ser ainda mais difícil, já que eles têm aquela entonação de quem vai te pedir desculpas a qualquer momento por um motivo esdrúxulo, como estar respirando com muita força. Em "Dragão Vermelho", Fiennes tem que competir com Hannibal the Cannibal Lecter, um dos psicopatas mais assustadores da última década, e se esforçar para não ficar rídiculo andando por aí com a bunda de fora dizendo: "eu sou um dragão, eu sou um dragão!". Não deve ser fácil. Mesmo com todos esses atenuantes, eu ainda morro de medo dele.
O mais incrível é que o Ralph tem aquela cara de mau congênita, enquanto seu irmão Joseph tem a cara mais gente boa do mundo. Ele parece alguém com quem eu sentaria para tomar um chopp e conversar sobre filosofia de botequim. A genética é realmente uma coisa sem sentido.
Agora com licença, que eu vou me enfiar embaixo da coberta e tentar dormir de luz acessa.



sexta-feira, novembro 22, 2002


Você já parou para pensar que todo clichê um dia foi uma idéia original? Que a primeira vez que um cara escreveu uma poesia para sua amada, levou rosas vermelhas para ela e cantou uma serenata, foi não apenas incrivelmente romântico, como inovador e criativo? Da próxima vez que você perder um tempão queimando a mufa para ter uma idéia própria, pense nisso: você pode estar criando um clichê do futuro.



quarta-feira, novembro 20, 2002


Direto do Túnel do Tempo

Volta e meia eu tenho uns ataques de nostalgia surpreendentes, daqueles que fazem sentir saudades das coisas mais estúpidas do mundo. Como toda criança que se preza, eu vi muita televisão e, como criança nos anos 80, eu assisti coisas que hoje em dia são clássicos, como "A Gata e o Rato" (que ainda passa no canal Sony, agora com o nome original "Moonlighting"), e outras que ficaram esquecidas e acabaram caindo atrás da cômoda. Quem aí se lembra de Doogie Howser, médico e adolescente? Era estrelado por um moleque, supostamente de 16 anos, que era médico formado e seu dia-a-dia no hospital enfrentando obstáculos e tendo momentos tocantes. Tudo muito educativo, mas tanto o seriado como seu ator principal Neil Patrick Harris sumiram do mapa. Hoje em dia ele anda fazendo pontas em filmes de ação de segunda categoria e emprestando a voz para desenhos animados, reduto de grandes atores fracassados, como Mark "Luke Skywalker" Hamill.
Outro que teve o mesmo destino foi Jerry O'Connell, o garoto gordinho de "Conta Comigo", um dos maiores clássicos da década. Antes de fazer pontas em filmes adolescentes como "Pânico 2" e "Mal Posso Esperar", ele estrelou um seriado em que era um super-herói adolescente. Era um tipico garoto de High-school americana que ganhava super-poderes e tinha que sobreviver ao colégio, salvar o mundo e esconder tudo dos pais ao mesmo tempo. Esse já era mais bem humorado do que o Doogie, mas mesmo assim ninguém mais se lembra dele.
Na categoria policial, um dos mais esquecidos foi um seriado sobre um casal de policiais durões que combatiam o crime nas ruas, mais ou menos na mesma época da Dama de Ferro Kate Mahoney, carinhosamente apelidada de Kate Machoney, porque criança é muito infame. O seriado chamava-se Hunter e era estrelado pelo careca durão e sua parceira baixinha de cabelos bufantes. O que me chocava nesse seriado eram os contrastes: ele devia ter quase dois metros e ela era uma tampinha, e enquanto ele tinha umas entradas na testa, ela era a sua abundância capilar em pessoa. Era um típico seriado de policias que não seguem as regras mas prendem os bandidos, e não tinha nada de especial. Por isso mesmo, ninguém mais lembra deles.
Nem eu sei porque diabos eu me lembro dessas coisas, já que eu nem gostava desses seriados. E passava tanta coisa melhor na minha infância, como Esquadrão Classe A, Magnum, Profissão: Perigo, Super Vicki, Primo Cruzado, entre muitas outras coisas. Sem falar nos que também foram esquecidos, mas no fundo eram bons. Se bem que esses não são muitos, porque, pela lógica, se fosse bom, não tinha sido esquecido. Na verdade, o melhor seriado esquecido dos anos 80, se não for o único é ...



Você reconhece esse símbolo?



Azar de quem não lembra.






Eu apóio essa campanha




terça-feira, novembro 19, 2002


Questões relevantes para pensar num momento em que você não tenha nada melhor para pensar (como agora, por exemplo):

Adão tinha umbigo?
Quem veio primeiro, o galo ou a galinha?
Por que as tartarugas só põem ovos no inverno?





Movie Quote Day

Sabedoria profunda para começar bem a semana.

'– I haven't got a brain... only straw.
– How can you talk if you haven't got a brain?
– I don't know... But some people without brains do an awful lot of talking... don't they?
– Yes, I guess you're right.'




sábado, novembro 16, 2002


Teoria da Conspiração 516

Quão bem você conhece a palma da sua mão? Pense bem nisso, olhe para ela e respnda quanto você realmente conhece a palma da sua mão. Você seria capaz de, numa linha de reconhecimento, escolher a mão certa? Ou você ficaria confuso se as palmas fossem bem parecidas? Eu, pessoalmente, estranho minha palma da mão sozinha mesmo, imagina numa linha com quatro outras. Já as costas da minha mão eu seria capaz de reconhecer a quilômetros de distância, mesmo sem anel nenhum. E existem ainda outras partes do meu corpo que eu reconheço melhor ainda: meus pés, minhas sombrancelhas, até meu dedo mindinho tem mais personalidade do que minha palma da mão. Então a pergunta que eu faço é: por que diabos a expressão é "conheço como a palma da minha mão"? Por que não escolheram uma coisa que as pessoas realmente conhecem? Seria isso uma grande ironia sintática, fazendo com que as pessoas pensassem estar dizendo que conhecem uma coisa, mas na verdade estar dizendo o contrário? Ou então eu tenho uma palma da mão muito sem-graça mesmo.



quinta-feira, novembro 14, 2002


Arquivologia

Por algum motivo alheio à minha vontade, o Blogger, meu simpático servidor, comeu os meus arquivos de Agosto. Logo o meu primeiro mês, com os posts-sensação do sorvete de creme e do cheiro dos bebês. A minha depressão por causa disso já estava me levando a um processo de auto-destruição envolvendo drogas, bebidas e pastilhas Valda, quando alguém me mostrou a luz. O arquivo de Agosto ainda existe, ele só não está aparecendo na página dos arquivos. Então, se você é novo aqui (seja muito bem-vindo. Aceita um chazinho?) ou um fã psicótico que precisa ler os meus arquivos constantemente para não entrar em surto, eles estão aqui. De onde eles nunca saíram, aliás.

Ah, e se você sabe o motivo pelo qual eles foram comidos e sabe como consertar isso, o E-MAIL está ali em cima. É só clicar.



quarta-feira, novembro 13, 2002


Manifesto Pró-Polainas

Como todo mundo sabe, a História anda em círculos e, de alguma forma bizarra, nós conseguimos voltar para os anos 80. Não perguntem como e muito menos porque pessoas iriam querer voltar para aquela década esquisita cheia de cabelos e mangas bufantes, ombreiras e aquele pozinho brilhante que se chamava pupurina, mas foi rebatizado para glitter devido à globalização. Agora é tarde, já estamos de volta e o máximo que podemos fazer é cair no break enquanto esperamos que alguém reinvente o hip-hop. Mas se é pra voltar aos anos 80, que seja com estilo: eu exigo o meu livre direito de circular com polainas por aí sem ser ridicularizada por meus colegas e familiares.



Ainda me lembro com saudade do meu par de polainas verde com listras rosas e amarelas. Era chocante! Mas elas não eram apenas esteticamente agradáveis: além de bonitas, polainas tem mil e uma utilidades. Servem para esquentar os tornozelos, que são uma área muito negligenciada pela indústria da moda; para criar mais posibilidades de combinação de roupa, você pode ter um par diferente para usar com cada calça, ou um par só para usar com saia, e logo vão começar a surgir as polainas de tecidos sintéticos especiais, polainas chiques para sair à noite e as esporte, para usar de dia; isso sem falar nos benefícios práticos. Num jogo de Strip Poker, por exemplo. Digamos que você tenha azar no jogo e vai parar acidentalmente numa roda de Strip Poker. Você perde uma mão e tira os sapatos, claro, todo mundo começa pelos sapatos. Depois perde outras e tiras as meias. Logo depois você vai ter que passar para uma peça importante, tipo a camisa, a não ser que você esteja de polainas. Aí você ainda vai poder tirar as polainas antes de ser exposto ao rídiculo de exibir os seus pneuzinhos para todo mundo. Viu como elas são úteis? Pela volta das polainas já!





Lista dos meus 5 spams preferidos

1. MiniNinjas: Facas Ginsu são coisa do passado, os mini-ninjas vendem facas e espadas especiais para todas as suas conveniências ninjas, samurais e medievais. Sempre quis saber se eles vendem aquelas estrelinhas maneiras que se prendem na viga de madeira atrás do herói, mas nunca fui besta o suficiente pra perguntar. Embora eles me mandem e-mails quinzenalmente.
2. Grandes mutretas sensacionais: Recebo vários, mas o que eu mais gostei foi de um sujeito africano que dizia ter desviado um dinheiro do governo do seu país, onde ele tinha um cargo importante. Ele e seus sócios precisavam tirar o dinheiro do país sem ser por vias legais para que ninguém fizesse perguntas, então eles queriam contas no exterior onde eles pudessem depositar a grana sem levantar suspeitas. Quem estivesse interessado poderia ficar com 10% da grana, que era a bagatela de 6 milhões de dólares. Por esse preço, eu vou até lá descolar um cargo desses para mim. O detalhe final da coisa é que o tal sujeito era padre. Deus abençõe a Igreja Católica.
3. E-mails em línguas que eu não falo: O último se entitulava "Dien Geshenk" e estava todo numa língua qu eu suponho que seja alemão. "Ich habe auch nichts gegen einen realen. Treff wenn ich gefallen an dir finde und du natuerlich auch an mir." e por aí vai. Não faço a menor idéia de sobre o que eles estão falando, mas espero que seja educado, pelo menos. Desculpem se eu xinguei a mãe de alguém por tabela.
4. Automóvel Clube: Esse é irônico. Eu não tenho carro. Nem carteira. Eu nem sei dirigir.
5. Qualquer spam que venha com "Isto não é Spam, é Marketing Direto" escrito em letras garrafais no final.



terça-feira, novembro 12, 2002


Cena Carioca

Praia de Ipanema, por volta de sete horas de um domingo. O carro de polícia vem abrindo caminho entre os pedestres para dar passagem ao trânsito. É o fim do fim de semana. Um garoto negro gordinho vem correndo pela areia enquanto seus pais caminham pelo calçadão. Ele vem se aproximando na sua corridinha desengonçada de criança de cinco anos, vestindo short e camisa regata, descalço, sorrindo muito. Bem na minha frente, ele pára e sobe num bloco de cimento que parece ser a ponta de algo enterrado na areia. Ainda sorrindo, ele ergue os braços abertos e diz, para mim e para o resto do mundo: "Eu sou campeão!" Então eu aplaudo a vitória dele e, quando eu termino, ele desce do pódio e continua correndo na mesma direção. Fiz o dia de um garotinho.




segunda-feira, novembro 11, 2002


Movie Quote Day

Grandes clássicos merecem duas citações. Mas não acostuma, não.

'Life moves pretty fast. If you don't stop and look around once in awhile, you could miss it.'

'Ferris Bueller, you're my hero.'






Vivendo em sociedade

Sendo uma pessoa essencialmente anti-social e cínica, eu não lido bem com pessoas que falam comigo na rua. Tenho uma certa dificuldade em determinar se elas estão só sendo simpáticas ou se elas querem alguma coisa. Por exemplo, se você está no cinema, assistindo os créditos finais do filme e um sujeito do seu lado começa a puxar papo e perguntar o que você achou do filme, você pode até achar que ele é só uma pessoa legal. Mas se o tal sujeito começa a te seguir pra fora do cinema para continuar a conversa, não deixa você ir embora, insinua que ele está indo para uma happy hour e tenta te levar com ele; ele não é mais tão legal. Ele é um mala carente que só quer te embebedar e... bem, vocês sabem o que ele quer. Esse sujeito existe, e são pessoas como ele que destroem a minha fé na humanidade. Claro que se uma velhinha vier me pedir informações na rua, eu não vou achar que ela quer alguma coisa que não seja saber onde fica o endereço que ela perguntou. Como eu não consigo dar informações mesmo, isso já é um outro problema.
Então outro dia desses, eu estou na livraria com uma amiga e encontro um livro chamado "Underdogs", que nada mais é do que a versão importada desse "Um Dia de Cão", livrinho simpático porém totalmente inútil que combina fotos de cahorros com frases de pessoas famosas. É bom explicar que a primeira vez que eu encontrei esse livro, há quase um ano atrás, ele ainda não havia sido publicado no Brasil. Eu dei uma folheada nele e me apaixonei pela primeira frase, uma pérola de Charles Schultz, o criador de Charlie Brown e sua turma. A frase, para quem ficou curioso, era: "My life has no purpose, no direction, no aim, no meaning, and yet I'm happy. I can't figure it out. What am I doing right?" Então eu pensei, "que livro bonitinho. Se custar menos de 20 reais, quem sabe eu não compro?" e fui bipá-lo alegremente. O livro custava a bagatela de R$116,00. Eu vou repetir isso: cento-e-dezesseis-reais. Então eu não comprei, claro, e alguns meses depois ele foi publicado no Brasil por apenas R$19,90; por isso não estranhei em descobrir que o livro ainda estava na estante depois de tanto tempo.
Como eu conto essa história para todo mundo, a título de ilustração da podridão do capitalismo, das livrarias e coisas afins, eu peguei o livro e fui mostrar para a minha amiga. Estou parada com o livro na mão e, antes que eu consiga começar a contar a história de novo, eis que surge uma voz de trás de uma estante.
– Onde você pegou esse livro?
Primeiro eu pensei que fosse um atendente da livraria que ia me dar um esporro porque eu não podia ter tirado livro da estante, ou alguma coisa assim. Depois eu vi que era só um cara interessado no livro.
– Daquela estante ali, ó.
– Que legal. Você gosta de cachorros?
– Gosto, respondi.
Nisso, minha amiga já está olhando pro sujeito com uma cara desconfiadíssima. Ela é ainda mais cínica do que eu.
– Você quer ver as fotos dos meus?
– Ah, você tem (fotos malas pra mostrar)? – nós perguntamos ao mesmo tempo. Que tipo de sujeito anda com fotos dos cachorros na mochila e sai mostrando para mulheres desconhecidas em livrarias?
– Tenho. Sorridente, ele saca um bolo de umas doze fotos de três animais correndo pelo campo.
Ele começa a explicar para mim qual é a raça, a idade e a história de cada um deles. Nisso, eu vou passando as fotos para a minha amiga que está com uma cara cada vez menos amigável. E eu só consigo responder:
– Ah, sei, que legal.
Depois eu devolvo as fotos e ele começa a perguntar sobre o livro. Como é, seu eu já li, que frases tem e depois comenta que parece muito o "Um Dia de Cão". Aí eu tenho que explicar que é uma versão em inglês do mesmo livro e tal, que tem as mesmas fotos e as mesmas frases só que traduzidas, enquanto ele faz aquela cara de "estou prestando toda a atenção do mundo em você, mas na verdade não estou te ouvindo". Então fica aquele silêncio desconfortável, ele guarda as fotos e diz:
– Tchau então.
Depois que ele vai embora, eu pergunto:
– O que foi isso? Que bizarro. O que será que ele queria?
– Eu acho que ele queria te cantar, responde minha amiga.
– Ou cantar você. Ele não está aqui atrás ainda não, né?
– Não, já foi.
– Ainda bem. Que mala.
Depois fiquei me sentindo mal por ter sido antipática. Agora eu não sei se ele era só um cara amigável, ou se tinha segundas intenções. Se tinha, mostrar fotos dos cachorros não foi uma boa. O fato é que eu fico preocupada: sou eu que sou excessivamente desconfiada ou as pessoas que estão ficando mais mal-intencionadas? E se o cara da livraria estiver lendo isso: desculpe, amigo, mas você é um tremendo mala.



quinta-feira, novembro 07, 2002


Da série: Coisas que você precisa fazer antes de morrer

Ser a melhor pessoa que você conhece em uma determinada coisa. A melhor mesmo, praticamente a única. Ser o complemento óbvio para a frase "Isso é um trabalho para..."
Você, lógico!
E, principalmente, se fazer de surpreso quando as pessoas vierem te chamar para cumprir a tarefa que só você pode conseguir. Essa é a melhor parte.



quarta-feira, novembro 06, 2002


Ei, aonde vocês pensam que estão indo?
Voltem aqui já que eu ainda não acabei.



segunda-feira, novembro 04, 2002


Movie Quote Day

Devido a motivos de força maior de esquecimento, semana passada não teve movie quote. Por isso, essa semana terá DOIS movie quotes no mesmo day.

1)'Frank, you are 10 of the most boring people I know.'





2) '– Yeah? Well at least I'm not ugly!
– Yes you are, and your boring and totally ordinary and you know it.'



Homenagem aos chatos do mundo e ao meu chato específico. Você não sabe quem você é.



sábado, novembro 02, 2002


O pior biscoito do mundo

O universo dos lanches é vasto e largamente inexplorado. Ainda há muito para ser descoberto, coisas que deixariam a mente humana perplexa e duvidando de dogmas fundamentais de sua existência. E, acredite, algumas coisas é melhor que continuem no reino do desconhecido. Duvida? Então você obviamente não conhece Tricks, o snack sabor provolone da Filler. Eu invejo você e a sua ignorância abençoada.
Tricks é o pior biscoito de todos os tempos. Juro. Se houvesse uma eleição para "pior biscoito de todo os tempos", ele ganharia por maioria absoluta no primeiro turno. Os concorrentes não iam dar nem para saída. Tricks não tem só gosto ruim: a cor, o formato e, principalmente, o cheiro também são igualmente horríveis. Para dar uma idéia, depois de apenas três biscoitos, eu joguei o resto fora na lata de lixo do lado do computador. No dia següinte, o cheiro do biscoito se tornou tão insuportável, que eu não agüentei mais dividir o mesmo espaço com ele e tive que jogar o lixo fora. O gosto de biscoito velho me fez desconfiar que estivesse fora da validade, mas não: ela só vence em fevereiro de 2003. O gosto é que é ruim mesmo.
Diga-se de passagem, a embalagem também não é lá essas coisas, como vocês podem ver abaixo:


Essa é a face do inimigo


Meu conselho para vocês é: fujam desse biscoito. Mas, se algum de vocês sádicos por aí quiser realmente conferir se ele merece o título de "pior biscoito do mundo", a viação 1001 distribui essa maravilha no lanchinho gratuito do seu ônibus executivo. Eu quero deixar bem claro que não me responsabilizo por qualquer efeito colateral causado pelo consumo de Tricks, o snack sabor provolone da Filler. Consuma por sua própria conta e risco.




quinta-feira, outubro 31, 2002


Não quero postar hoje, então...

Feliz Halloween pra todo mundo!



quarta-feira, outubro 30, 2002


Prezado dono do Gol preto com o adesivo que diz "Sex is like pizza: when it's good, it's really good; when it's bad, it's still pretty good" que circulava pela Av. Nossa Senhora de Copacabana ontem,

Gostaria de avisar que existe um erro conceitual, ou no seu adesivo, ou na sua vida, por dois simples motivos:
1) Pizzas podem ser uma bosta absoluta, daquelas que fazem você começar a pensar em fazer uma dieta macrobiótica.
2) Sexo é muito melhor que pizza. Não preciso nem explicar essa.
Posto isso, eu só posso concluir que ou você anda comendo as melhores pizzas do mundo, muito melhores do que as minhas, ou anda fazendo sexo muito errado. Espero, sinceramente, que seja a primeira opção.
Atenciosamente.
Oba Fofia



segunda-feira, outubro 28, 2002


Mais um Momento Google

Alguém entrou aqui digitando "porno-chanchada". Até aí, tudo bem, é legítimo, eu realmente escrevi porno-chanchada. Acontece que a frase era "Eu não queria ter que dizer isso assim, tão francamente, mas a verdade é que esse post não é sobre porno-chanchada". Eu fiquei meio encucada: será que o Google cortou a frase, mais especificamente a parte do "não é sobre porno-chanchada" e o sujeito entrou aqui enganado? Eu fui lá descobrir e não, o Google não cortou a frase. E o indivíduo entrou assim mesmo!
Palmas para ele, que ele merece.



domingo, outubro 27, 2002


Momento Google

Só para dizer que alguém entrou procurando "japonesas usando o banheiro com fotos". Eu não tenho nada disso, mas eu realmente queria saber: isso é uma perversão sexual ou alguém tem uma justificativa antropológica não-sexual para essa busca?



sexta-feira, outubro 25, 2002


Pela frente ou por trás? Posso pagar na saída?

Para quem não sabe, o principal meio de transporte público no Rio é o ônibus. Pegando um (ou dois, ou três) ônibus você pode chegar a qualquer parte da cidade, até mesmo aquelas em que você não queria estar. Hoje em dia, existem dois tipos de ônibus diferentes: os com ar-condicionado e os sem; que também podem ser classificados como clima de montanha e clima de vulcão, ou ainda, os caros e os um pouco menos caros. Bom, eu tive minha primeira experiência num fabuloso mercedez refrigerado e não foi das melhores. Pra começar, você tem que entrar pela frente, ao contrário de todos os outros ônibus com o qual eu estou acostumada, o que é bastante confuso. Eu sou uma pessoa metódica, daquelas que já sai de casa com o dinheiro da passagem na mão. Então esse tipo de mudança repentina faz com que eu ande normalmente até o ponto, faça sinal e me dirija para a porta de trás, como sempre, e fique lá parada com cara de babaca, já xingando o motorista que não quer abrir a porta, até dar de cara com o aviso, pintado em letra garrafais na lateral do ônibus: ENTRADA PELA DIANTEIRA. Ah, bom. Por que eles não avisaram antes?
Então eu ando até a porta da frente, que está aberta, e subo. Lá dentro, o motorista já está rindo da minha cara e eu ando até ele para pagar a passagem, só para ele poder rir mais um pouquinho e dizer: "não é comigo não, princesa, é com ele" – e apontar para o trocador, sentado do lado da roleta, bem ali do lado, que eu obviamente não vi. Claro. Ah, e pra tornar toda a experiência ainda mais bacana, eu não consigo empurrar a roleta e o trocador, ao me ajudar, ainda acrescenta: "tá precisando de sustagem, hein?" He,he,he.
Depois disso tudo, eu sento com a minha melhor cara de caipira-de-fora-da-cidade-que-não-conhece-essas-coisas-modernas para disfarçar e fico prestando muita atenção nas pessoas que estão no ônibus junto comigo. Não porque eu sou psicopata, mas porque eu não sei muito bem como salta dessa joça. Eu espero pacientemente alguém puxar a cordinha e se dirigir para o fundo do ônibus. Beleza, então é por lá que salta, não parece difícil. Claro que quando chegou a minha vez, eu puxei a cordinha, fui para trás do ônibus, esperei o motorista abrir a porta e quase me estabaquei de cara no chão, tropeçando naquele degrauzinho besta que fica entre o segundo e o terceiro degrau e eu não sabia que existia.
Depois disso, cheguei a conclusão de que ônibus com ar-condicionado só serve para duas coisas:
1) As empresas de ônibus embolsarem os 20 centavos extras que eu paguei pela passagem.
2) Facilitar a combustão quando traficante resolve tacar fogo em ônibus.





Não podia, mas...

Eu vou contar assim mesmo. O Gabes tem um brógue. Quer dizer, na verdade é um blig, mas é quase a mesma coisa, só um pouco mais escroto. Não que isso vá fazer alguma diferença, já que ele não conta pra ninguém que tem o blig. Mas o Gabes é um cara legal e precisa de atenção. Então, só pra ser do contra, todo mundo lá visitando o Gabes e sua sensacional coleção de links bizorros. Especialmente se você for mulher, solteira e tiver entre 18 e 30 anos. E todos os dentes. E nenhuma doença contagiosa e/ou incurável. Faz o seguinte, manda um currículo com foto 3x4 e de corpo inteiro que a gente entra em contato com você, ok?
Depois voltem aqui e me digam o que acharam.



quarta-feira, outubro 23, 2002


Histórias que nossas babás não contavam

Eu não queria ter que dizer isso assim, tão francamente, mas a verdade é que esse post não é sobre porno-chanchada. Aliás, não há nada de remotamente sexual no conteúdo dele. Quer dizer, a não ser que você seja uma pessoa criativa e muito pervertida. A gente faz o que pode com o material que tem.
O assunto em questão são os "grandes caôs que circulam pela internet". Que atire a primeira pedra quem nunca recebeu um e-mail dizendo que os Estados Unidos estavam ensinado para suas inocentes criancinhas que a Amazônia é "patrimônio da humanidade" e não território brasileiro. Ou a lista dos deputados safados sem-mãe que votaram pelo fim do 13o salário. Ou o aviso do terrível vírus Jbdgmgr.exe, que se instalava no sistema do Windows e não podia ser apagado. Sim, todas essas histórias são falsas até a medula. Embustes, fraudes, invenções, ficções, enganos, também popularmente conhecidos como mentiras. E você acreditou, não foi? Não fica assim não, você não foi o único. Milhares de pessoas caem nos "grandes caôs que circulam pela internet" todo dia. Você pode ser otário, mas pelo menos não está sozinho. Se é que isso serve de consolo.
Aliás, já existem tantos que daria até para fazer uma "Grande enciclopédia dos grandes caôs que circulam pela internet". Existem categorias diferentes como: aviso de vírus, ganhe dinheiro fácil, fotomontagens, entre muitas outras. Fotomontagens são, inclusive, os meus caôs preferidos. Coisas como o cara em cima do WTC com o avião no fundo e a Xuxa em posições que fariam corar até uma atriz pornô. Mas de todas essas, os Gatos Bonsai ainda são os melhores.
Gatos Bonsai são o equivalente felino daquelas árvores anãs que os japoneses gostam tanto. Enquanto eles passam todo aquele tempo podando as arestas para as árvores ficarem pequenas, com gatos é muito mais simples. Até porque não dá pra podar um gato. Você pega o filhote e enfia ele dentro de um pote. Pode ser de qualquer formato, mas é recomendado que iniciantes usem um pote retangular para simplificar as coisas. Você faz um furo para respiração e enfia um tubo de "entrada" e outro de "saída" e deixa o gato crescendo lá dentro. Depois de uns três ou quatro meses, você abre o pote e voilá, gato bonsai! Eles garantem que o gato pode andar e funcionar normalmente e que os riscos para a saúde do bicho são mínimos. O processo é bem explicadinho e tem até fotos para ilustrar.



Dizem que esse caô foi inventado por um grupo de universitários que estavam testando a velocidade com que um boato se espalha na internet, mas isso pode ser só um caô-desdobramento, ou seja, uma mentira inventada a partir de uma outra mentira prévia. Agora, da próxima vez em que você pensar em mandar aquele e-mail com receita de cookie que algum pobre pai de família pagou 250 doláres por, pense bem nos gatos bonsai. Você não quer realmente ser o responsável por submeter gatinhos tão jovens a uma vida dentro de uma jarra, quer?





Um doce para quem lembrar de...

"O cachorro late, o macaco pula,
Viva as Balas Bilula!"



terça-feira, outubro 22, 2002


Some sunny days, you wish it was raining

O jornal disse que ontem foi o dia mais quente dos últimos cinco anos aqui neste "paraíso tropical". Sinceramente, eu acho que é balela. Todos os dias quentes são igualmente quentes. Que diferença faz se em Santa Cruz (não me pergunte, eu também não sei onde fica Santa Cruz) fez 0,4 graus a mais do que vem fazendo há cinco anos? Alguém realmente liga se está quente-fritar-ovo-na-calçada ou quente-fritar-ovo-na-calçada-na-sombra? Para mim, depois de um certo ponto, é tudo suor e leseira. Esse calor todo devia ser proibido.





Teoria da conspiração 348

Eu sempre fui uma menina muito educada. Minha mãe me ensinou a não fazer todas aquelas coisas que não se deve fazer, aquelas que hoje em dia me levam a perguntar "sua mãe não te ensinou que isso é feio, não?" para pessoas que furam fila, falam no cinema e outras coisas feias em geral. Mamãe me ensinou que você deve dizer sempre "por favor" quando for pedir alguma coisa e "obrigado" quando fizerem algo por você. Obviamente, como eu sou menina, eu tenho que dizer "obrigada", no feminino.
Agora me explica: onde já se viu agradecimento com gênero? Alguém aí já viu um espanhol sendo chamado de maricón porque disse gracias em vez de gracios? Ou por acaso as japonesas ficam vermelhas ao dizer arigatô em vez de arigatôa? Claro que não. Por quê? Porque só no Brasil agradecimento depende do sexo da pessoa que fala. Pessoalmente, eu acho isso muito estranho. A imensa maioria das palavras em português usa o masculino como genérico, mas "obrigado" não. No mínimo, é uma conspiração do Aurélio com o Houaiss para os dicionários ficarem mais pesados e, em conseqüência, mais caros.
Ou talvez isso tenha uma explicação léxica qualquer e eu esteja viajando. De qualquer forma, obrigado pela atenção.



segunda-feira, outubro 21, 2002


Movie Quote Day

Dessa vez vamos.

'I'm a guy who can't function well in life but can in art.'








quinta-feira, outubro 17, 2002


Da série "Além da imaginação no cinema"

Quinta-feira, cinema Leblon, sessão das 16:00 do filme "Estrada para perdição". A sala em silêncio, faltando cinco minutos para o final do filme, o clímax se aproxima. No auge da tensão, começam os gritos:
— Eu já pedi pra vocês calarem a boca, assim não dá, vocês falaram o filme todo, se ainda fosse crianças, mas são duas velhas, é por isso que esse país não vai pra frente...
— SHHHHH! SHHHHH! SHHHHH!
— Vocês não pararam o filme inteiro, meu deus do céu, que falta de respeito, eu pedi várias vezes, e vocês não calaram a boca mesmo assim e eu não vou mudar de lugar não...
— Cala a boca!
— Porque eu não consigo assistir o filme com vocês duas falando o tempo todo, assim não dá, porque eu pedi várias vezes...
— Cala a boca, sua idiota!
— Sou idiota mesmo, elas atrapalharam meu filme inteiro e bem no melhor do filme eu não consigo assistir nada...
— Quem tá atrapalhando é você, porra!
— Ótimo, elas me atrapalharam, agora eu vou atrapalhar todo mundo e se vocês quiserem que venham ver o filme de novo que nem eu vou ter que fazer porque eu não consegui assistir o filme...
— SUA IMBECIL, FICA QUIETA!
— Sou imbecil mesmo e não vou ficar quieta não, porque agora eu vou atrapalhar todo mundo porque isso é um absurdo...

Interrompemos nossa programação normal por incapacidade de reproduzir mais cinco minutos de gritos histéricos.
O filme termina, sobem os créditos e ela, a Joana D'Ark da Zona Sul, continua berrando com os espectadores ao seu redor, sobre como ela tinha razão e como as velhinhas sentadas na frente dela eram umas mal-educadas. Faz todo um sentido, não?

Ah, o filme? Olha, eu acho que gostei, mas não sei muito bem. Não deu para prestar muita atenção. Mas se alguém quiser me convidar para ver de novo, especialmente a velha louca que ficou berrando durante a minha sessão, estamos aí.





Eu ando atualizando ao contrário. Então, se você é um visitante freqüente, é melhor voltar e ver se não perdeu nenhum post que eu escrevi depois de post que escrevi antes mas só postei agora. É isso mesmo, vocês sabem quem vocês são.



quarta-feira, outubro 16, 2002


Oh não, mais um daqueles posts "daqui a pouco eu atualizo"?
Exatamente. Como você adivinhou?





Só para avisar que meu E-MAIL mudou. O link já está consertado, mas se você me mandou um e-mail antes e está pensando em me escrever de novo usando o "reply" do seu programa de e-mail, não faça isso, porque ele ficará para sempre perdido no limbo dos e-mails. Agora, se você nunca me escreveu, essa é uma boa hora porque você terá a oportunidade única de checar se meu novo e-mail funciona e ainda por cima receber uma incrível resposta personalizada em flash, com trilha sonora e que joga confete na sua cara. Não é legal?
Então não perca tempo: escreva agora.



terça-feira, outubro 15, 2002


Anything.




segunda-feira, outubro 14, 2002

Movie Quote Day

Desculpe a demora.

'I've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser gate. All those moments will be lost in time, like tears in rain. Time to die.'








Meu computador tem acentos!



sábado, outubro 12, 2002


Entao, eu estou aqui no computador sem acentos. Nao que o computador nao tenha acentos, eu e' que nao sei como eles funcionam. Mas tudo bem, vai sem mesmo. Se ninguem entender nada, pode perguntar que eu explico. Sabe, aquela velha historia do link do E-MAIL que fica ali em cima. Voces sabem, ne, nao preciso ficar me repetindo.
Pois e', eu estou aqui dentro do buraco, escrevendo no brogue diretamente do buraco para o mundo. Nao e' incrivel o que a tecnologia moderna pode fazer? Um computador dentro de um buraco na parede. Very cool.
Eu poderia estar escrevendo sobre um monte de coisas, especialmente sobre as bolas laranjas penduradas no teto ou a meninnha berrando aqui do lado porque o titio nao quer dar brinquedo para ela, ou ate mesmo a moca incrivelmente sorridente que usa all-star, mas nao. Nao vou escrever sobre nada disso. Alias, eu nao vou escrever sobre nada nao.
Esperem ate segunda-feira que eu tenho que ir ali ver a coisa branca girando.



quinta-feira, outubro 10, 2002


Ah, e PARABÉNS pra minha irmãzinha querida e aquele outro lá que não sabe informar as coisas direito.





Então...
Vou ali e já volto.
Guardem o meu lugar.



quarta-feira, outubro 09, 2002


Outra nota para Ronnie Von

Não é que o incrível furo de reportagem da Oba Fofia Inc. era só um furo mesmo? O Lois escreveu expressando toda a sua revolta com essa grande mancada do Nishi. Sim, porque a culpa é toda dele, que não checa direito as informações antes de passar para os veículos de respeito. Tsc, tsc, tsc...
Abaixo está a errata do Lois, com o verdadeiro fim do "Que fim levou o Robin?". O único problema é que ela está escrita em paulistês, então os não-paulistas talvez tenham alguma dificuldade para entender.

"Caríssimos,

Vocês viajaram forte. O Mauro Borges e o Mau mau não são a mesma pessoa. O Mauro Borges é um Dj fortao, bombado, que toca house na Disco Fever, que fundou o Massivo e que, de fato, era da Que Fim Levou o Robin?. Já o mau-mau toca techno na Lov.e, de sextas, e tb já tocou no Massivo.......mas os dois, certamente, nao são a mesma pessoa (ate porque já os vi tocando juntos)."

Então tá, então.



terça-feira, outubro 08, 2002


Teste: "Você teve uma boa infância?"

Pergunta única: você tem a fita cassete da trilha sonora internacional da novela Hipertensão, com a foto do César Filho e da Carla Marins num fundo amarelo?
Tem? Hein?






Uma nota para Ronnie Von

"Que fim levou o Robin?" realmente deu pano pra manga. Não bastasse a turba de gente entrando aqui só pra saber a resposta para essa questão tão fundamental da sociedade capitalista ocidental, teve até gente respondendo. Tudo bem que foi o Nishi, comentador por excelência, não é de se estranhar que ele soubesse isso.
Então, com vocês em primeira mão, um sensacional furo de reportagem de Oba Fofia Inc, que fim levou o "que fim levou o Robin"?:
"O vocalista do "Que fim levou Robin?" era o Mauro Borges, mais conhecido como DJ Mau-Mau. Sim, a banda acabou, ela fazia sucesso na época do Vogue (Madonna). Uma pena, não?"

Na verdade, não, mas obrigado mesmo assim, Nishi. Quanto à resposta da verdadeira pergunta que perturbava até a banda "Que fim levou o Robin?", é do conhecimento de todos que o menino-prodígio assumiu sua opção sexual e foi fazer filmes em que o Joel Schumacher focalizava seus mamilos de aço. É isso então, criançada.





segunda-feira, outubro 07, 2002


Movie Quote Day

O mundo seria um lugar melhor se todos tivessem que assistir Fellini regularmente. Ah, e desculpa pelo inglês, mas eu não falo italiano. Ainda.

'Don't be like me. Salvation doesn't lie within four walls. I'm too serious to be a dilettante and too much a dabbler to be a professional. Even the most miserable life is better than a sheltered existence in an organized society where everything is calculated and perfected.'







Ode a meus coleguinhas

Eu já tive a oportunidade de expressar meu fascínio perante a natureza humana? Ok, não respondam isso, foi só uma pergunta retórica. Mas eu preciso dizer que os seres humanos são realmente incríveis, especialmente em grupos.
Foi um grupo em especial que chamou a minha atenção: meus estimados coleguinhas de curso. Infelizmente, não poderei revelar que curso era nem aonde foi por medo de represálias físicas. Afinal de contas, eles estão em maior número. Basta dizer que foi um curso de uma semana e que a turma era formada por universitários.
Para abrir a homenagem, vou escolher um dos meus preferidos, o Neanderthal Cabeludo. O sujeito tinha um físico meio pré-histórico e desconhecia o conceito de mangas, uma parte do vestuário com a qual eu acredito que ele nunca teve contato. Os cabelos eram compridos e as noções mais rudimentares de educação eram um mistério total para ele. Entrar e sair durante a aula? Chegar sempre atrasado? Falar junto com o professor? Falar o tempo todo, sem parar? Interromper freqüentemente para falar besteiras sem sentido? Todos ítens básicos da cartilha do Neanderthal Cabeludo.
Já o prêmio de mais assustador foi para o Menino-menina. Rabinho de cavalo, óculos, camisetas largonas, calças idem e tênis compunham o uniforme básico dele (a). Para mim, era obviamente um menino adolescente, até o dia em que ele (a) se apresentou e descobri que tinha nome de mulher. Ou ele tem pais muito sádicos, ou ela precisa de um banho de loja urgente. Ainda não me decidi sobre a questão.
Não tão assustadora, mas igualmente perplexante, era a Patricinha do sorriso eterno. Ela era toda simpática, loura, sempre sorrindo. Sempre mesmo. O mundo podia estar acabando lá fora que ela estaria com a mesma expressão. Desconfio desse tipo de gente que não pára de sorrir: eles costumam ter serras elétricas e pessoas cortadas no freezer. Essa, ainda por cima, não conseguia largar o cabelo, estava constantemente alisando as pontas com a mão. E todo mundo sabe que tiques nervosos são o primeiro sinal de psicose homicida.
O professor era um caso à parte. Ele falava, andava, cortava o cabelo, gesticulava e sorria igual ao primo Zeca. Lembra daquele seriado "Primo Cruzado", em que o primo do interior vinha morar com o primo da cidade? Pois é, desconfio sinceramente que o primo do interior existe e me deu aula. Ele poderia até fazer aparições em feiras agropecuárias como sósia do primo Zeca. Dava pra fazer uns trocados.
Merecem menções honrosas a vesga-dentuça, o mudão que desenha, o japonês de cabelos arrepiados, a mulher de bigode, a estudante de intercâmbio tarada por espuma, a apêndice, as velhas das árvores e a metidinha da organização. Obrigado pela participação.
A minha preferida mesmo eu guardei para o final. Gosto de chamá-la de Mala sem noção, mas ela também poderia ser conhecida como Mala semi-débil-mental ou Mala inconveniente. Não contente em falar o tempo todo, fazer perguntas imbecis, atrapalhar o andamento da aula e se achar muito engraçada, ela teimava em contradizer o professor:
— Professor, como se faz tal coisa?
— É assim e assado.
— Ah não, assim não é.
— É sim, minha filha.
— É mesmo?
Era daí para baixo. O professor tentava dar aula e ela tentava impedir. Quando ele quis fazer uma lista de precursores do assunto, ela perguntou algo irrelevante (como a cor preferida) de cada um deles e no final, ainda acrescentou:
— Professor, o senhor esqueceu o Fulano.
— Mas o Fulano não é importante.
— Eu sei, mas é que eu gosto dele.
Como não amar essa garota?
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Antes que alguém pergunte, não, não era aula de circo.





Vooota Brasil, chegou a horaaa.

Um minuto de silêncio pelo mesário Dead Last.

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Há de se ter muita paciência para agüentar certas pessoas. As que criam caso em fila por exemplo. Ou pior ainda, as que querem criar caso a qualquer custo. Amigo, está todo mundo preso na mesma situação, para quê tornar ela mais difícil do que já é? Especialmente se você é um baixinho folgado se engraçando com o sujeito fortão atrás de você na fila de uma zona eleitoral que é uma verdadeira zona.

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Parece brincadeira: só porque eu elogiei a minha seção, ela virou um caos absoluto. Parecia uma praça de guerra, com as crianças chorando, os velhos reclamando, os jovens reclamando dos velhos, e os mesários parados, com caras meio tontas de "não é comigo". Se não era com eles, era com quem?
Bem disse a senhora atrás de mim: "alguém devia fazer alguma coisa, ninguém pode ser preso hoje mesmo." Mas cadê o Michael Douglas quando a gente precisa dele?

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A melhor parte da eleição para mim é de longe o caminho de volta para casa depois de votar, quando todos aqueles cabos eleitorais que não podiam estar fazendo boca de urna tentam me encher de santinhos. É a única hora que eu tenho orgulho de dizer: "eu já votei".
Me sinto invencível.






Frase da semana, do mês, do ano

"Quer ficar rico, barbariza!"

By Gabrié, que tem cabelo rosa, meias de caveirinhas e uma cobra anã. Transcendental.



quinta-feira, outubro 03, 2002


Buscador

"Que fim levou o Robin?" foi a coisa mais inteligente que eu já escrevi aqui. Só esta semana, mais de dez indivíduos entraram aqui procurando pela finada (suponho) banda, que se apresentava em programas de auditório acompanhada de um sujeito performático vestido de menino-prodígio. Ah, os domingos felizes da minha infância.
Por isso, resolvi botar mais um monte de porcaria que tocava naquela época. Infelizmente, eu não consegui me lembrar de nenhuma. Como era mesmo o nome daquela banda das mulheres que cantavam "Que que ela tem que eu não tenho (úúúú)"? E tinha a banda que cantava "Free Mike Tyson Free". Mas isso já é outra época. Acho que apaguei os registros daquela.
Se bem que agora que eu estou pensando nisso, não tinha uma história de "Coração Pirata"? Acho melhor mudar de assunto rapidinho antes que eu me lembre daquele tal de Yahoo.



quarta-feira, outubro 02, 2002


Eu não costumo fazer isso, mas...

Ficar colocando letra de música no brógue não é muito a minha. Existem milhares de sites por aí onde pessoas podem encontrar letras de músicas e eu prefiro usar minhas próprias palavras do que as dos outros para me expressar. Viu, falei bonito agora. Mas depois de muito tempo procurando, eu finalmente consegui achar letras de uma das melhores bandas do movimento "new acoustic" de todos os tempos. Então eu resolvi dividir isso com o meu leitor psicótico, como presente de agradecimento por ter sido fiel ao meu brógue e à promessa de "prestigiar este bálsamo de textos bem escritos e instigantes". Bom, já falei demais. Com vocês, Kings of Convenience:

I don't know what I can save you from

You called me after midnight,
must have been three years since we last spoke.
I slowly tried to bring back,
the image of your face from the memories so old.
I tried so hard to follow,
but didn't catch the half of what had gone wrong,
said "I don't know what I can save you from."

I asked you to come over, and within half an hour,
you were at my door.
I had never really known you,
but I realized that the one you were before,
had changed into somebody for whom
I wouldn't mind to put the kettle on.
Still I don't know what I can save you from


Baixem isso já, crianças.



segunda-feira, setembro 30, 2002


Movie Quote Day

E vocês pensaram que eu tinha esquecido...

'Im-Ho-Tep...
Im-Ho-Tep...'



Homenagem merecida à passarinha zumbi.



domingo, setembro 29, 2002


'You unlock this door with the key of imagination. Beyond it is another dimension. A dimension of sound. A dimension of sight. A dimension of mind. You're moving into a land of both style and substance of things and ideas.'

Numa tarde normal de sábado, três jovens normais estão sentados num cinema normal. Atrás deles, uma patricinha aparentemente normal fala ao celular.
— Onde cê tá eu deixei seu ingresso lá fora com uma cara vestido de lanterninha eu expliquei pra ele como você era e disse pra só entregar pra você viu você vai demorar eu já tô aqui dentro não ela não vem porque o pai dela...
Ela parecia que nunca mais iria parar de falar, numa torrente desesperada de palavras vagamente conexas, as quais ela soltava para o vazio e os três jovens nunca saberiam se havia realmente alguém do outro lado da linha se, aproximadamente quinze minutos depois, não tivesse chegado a ouvinte. Imediatamente, ela se pôs a falar.
— Oi tudo bom atrasei muito cara eu achei que não fosse conseguir chegar o trânsito tava horrível e você não sabe o que aconteceu comigo hoje meu dia foi pééééssimo e...
O comum numa conversa é que pessoas falem em turnos. Primeiro uma, depois a outra, sucessivamente. Não era assim que as duas procediam. No exato momento em que uma começou, a outra a acompanhou:
— Oi tudo ah quê isso eu sei como é é mesmo puxa o que aconteceu sabe ontem eu também tive um dia super estranho porque o Rodrigo me ligou e...
O estilo era inusitado mas a conversa aparentava ser normal. O único elemento realmente estranho era que parecia não ter fim. Os três esperavam que quando as luzes se apagassem, elas parassem. Mas não foi o que aconteceu. A sala ficou escura, a tela se iluminou e as imagens se sucediam, mas elas continuavam. O falatório invadia a sala inteira e o público começou a reclamar. As patricinhas seguiam em sua conversa particular que não ia a lugar nenhum, não tinha uma conclusão, simplesmente se estendia pelo cinema adentro enquanto os créditos do filme passavam. Foi então que pararam. O filme já começado, de repente elas ficaram em silêncio, como que hipnotizadas. Os jovens da frente foram tomados por um alívio coletivo.
Será que elas tinham chegado a um fim? Seria possível que elas tivessem chegado a um impasse, em que as duas concordavam, ou ao menos concordavam em discordar? E como isso poderia acontecer se elas nem mesmo estavam discutindo, se nem pareciam estar ouvindo uma a outra? O importante é que tinham parado, e por isso os três jovens estavam tão gratos que não pensaram sequer que algo pior poderia acontecer. Algo muito mais terrível, e tão sem sentido que seria capaz de torcer a cabeça de especialistas treinados. E, lá pelo meio do filme, aconteceu.
O silêncio respeitoso do cinema foi então quebrado por um barulho que não vinha da tela, mas da poltrona atrás dos três jovens, que se olharam aterrorizados ao perceberem, simultaneamente, que era um celular. A qual das duas pertencia, eles nunca saberão, já que suas identidades se confundiam ainda mais no escuro. Ela atendeu, para o horror de todos a sua volta, e começou a falar:
— Oi
...
— Tô no cinema. Não posso falar.

Se você, como os três jovens, acreditou que esse seria o fim da conversa, você está errado.

...
— Vendo um filme aí.
...
— Ih, eu esqueci.
...
— Faz o següinte...

Era o limite. Ali, naquele momento, sentados na sala de cinema, a paciência dos três jovens tinha se esgotado definitivamente. Por instinto, tomaram a única atitude possível ali e, ao mesmo tempo, como que ensaiado, pediram silêncio:
— SSHHHH!!!

A conversa ainda continuou por alguns segundos. Mas assim que terminou, os três jovens ouviram, horrorizados, uma voz soar na escuridão, vinda eles sabiam muito bem de onde, embora custassem a acreditar. Não era possível, mas estava acontecendo. Ao desligar o telefone, ela, a patricinha do telefone exclamou em alto e bom som:

— Que gente mal educada! Nem sabe pedir com educação. Tomara que o telefone toque de novo!

'You've just crossed over into the Twilight Zone.'
MUAHAHAHAHAHAHAHAHA...




sábado, setembro 28, 2002

Ah, e não deixe pão de bobeira na minha frente também. Eu tenho uma tendência cleptomaníaca-acidental que só se manifesta com pão. Acho que por hoje é só.



sexta-feira, setembro 27, 2002


Um conselho de amigo: nunca, mas nunca, em circunstância nenhuma, nem mesmo se você estiver perdido na tundra gelada, me peça informações. Eu faltei a essa aula e sou fisicamente incapaz de dar uma informação correta. Ou melhor, pode me pedir informação sim. Mas faça o contrário exato de tudo que eu disser. Você provavelmente vai chegar no lugar certo.





Eu não gosto do meu nome. Nunca gostei. Já fiz de tudo para as pessoas me chamarem de vários apelidos, alguns com mais sucesso do que outros. Gisele Bündchen, por exemplo, nunca pegou. Enfim, não gosto do nome, mas é o único que eu tenho e, de vez em quando, eu me pego sentido aquela alegria infantil de ver meu nome por aí. Sabe aquela coisa boba de "olha, a personagem desse livro tem o meu nome" ou procurar o seu nome numa estante cheia de plaquinhas com o Piu-Piu do lado? Pois é.
Agora alguém me explica o següinte: porque uma bandinha ridícula fez uma música com meu nome, cheia de verbos imperativos ainda por cima? E porque eu sou obrigada a ouvir isso no rádio? Eles deviam ter que me pagar direitos autorais.
Se bem que podia ser pior: podia ser um engodo dance me mandando mexer a cadeira.



quarta-feira, setembro 25, 2002


Dos mistérios intrínsecos a uma manicure num salão de cabeleireiro

Oi, tem alguém aí livre pra fazer mão? Tem sim, seu nome? Maria*. Eliana*, cliente aguarda na recepção. Nossa, que chique esse lugar, com microfone e tudo. Eliana, Maria. Nossa, que coincidência, você é Maria, e eu sou Eliana Maria. É mesmo (sorriso simpático) Maria realmente é um nome incomum, né, nós devemos ser irmãs kármicas. É cada um que me aparece. Pode sentar aqui, querida. Obrigada. Já volto. Hum, tá quente aqui. Também, esse monte de luzes acesas desperdiçando energia. Eu, se fosse aquela velha ali, pedia pra desligar. Ela deve ficar bem melhor no escuro. Não tem uma Caras nesse lugar, não? Põe a mão aqui por favor. Não repara não, minhas unhas tão todas tortas mas não sacaneia não, que fui eu que fiz, valeu? Ah, nem tanto. Isso, muito bem. Faz muito tempo que você não faz as unhas, né? Ih, moça, você nem imagina. Se essas cutículas falassem É, deve ter uns seis meses. É, parece mesmo. Eu sei o que você está pensando, mas não é nada disso. Eu sou muito feliz e bem resolvida, viu? Eu não fico em casa sozinha e deprimida nos sábados à noite. É que eu não tenho tempo, eu sou muito desempregada e preguiçosa. Você prefere quadrada, né? Como é que você sabe isso? Você lê mentes por acaso? Sabe a minha senha de banco também? E o nome do meu amiguinho imaginário na infância? É. Você quer alguma coisa? Claro que sim. Pode começar com um flash pra minha máquina que a gente vai indo até chegar na paz mundial, ok? Água, café? Ah, isso? Não, 'brigada. Puxa conversa, vai, seja simpática.Fala sobre o tempo Que frio hoje, hein? É mesmo. Ainda tá chovendo? Não sei não, meu bem, não fui lá fora o dia inteiro. Ô ROBSON*! Ainda tá chuvendo? Tá. Ah, que pena. Hum, acabou o assunto. Já fui simpática o suficiente. Você devia passar óleo de cravo... WHOOSH (barulho intenso de secador)...antes de dormir...WHOOSH...funciona sempre. Ah... ok, eu não ouvi nada do que ela disse. Espero que não seja nada importante. Ainda bem que não era uma pergunta. Sua cutícula é muito fininha. É, já me disseram isso. AAAAIIII!! Sua filha da puta, me arrancou um pedaço do dedo! Ai! Desculpa, é que você tem cutícula em cima e embaixo. Hã? Ok, eu não sei argumentar contra isso. Você venceu. Tudo bem, ela é difícil de arrancar mesmo. Molha a mão ali. Eu estou sangrando. Alguém não vai ganhar gorjeta hoje. Eu já te perguntei se você queria alguma coisa? Essa história de novo? Moça, você vai acabar me confundindo Já, mas eu não quero nada não, obrigada. Que cor você vai querer, lindinha? Uma bem clarinha puxada pro rosa. Olha, tem esse, esse, esse... Ahn, vê esse aqui. Esse? É. Você nunca quis por um vermelho não? Que tipo de pergunta é essa? Isso deve ser uma pegadinha. Ela tá me chamando de reprimida? Ih, qualé, tá me estranhando? Quero trocar de manicure, essa aqui tá com defeito Eu usava muito vermelho, mas é que hoje eu não posso, tenho uma festa de família. Ah, bom. Ela não acreditou. Eu tô vendo na cara dela. É verdade, tá? Suas unhas têm um formato muito bonito. Obrigada tá tentando se redimir? Não vai funcionar. Hoje não tem gorjeta. Prontinho, querida. Deixa eu só anotar na boleta. Gostou? Gostei, obrigada. Tchau então. Tchau.

Eu adoro ir ao cabeleireiro.

* Os nomes foram mudados para proteger os inocentes?





Kilométrica, a caneta simpática, por um preço milimétrico

Eu não sei o que é um giroscópio.

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Pessoas que não têm o que fazer raramente têm tempo para fazer o que querem.

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O frio não estimula atividades intelectuais. Aliás, o frio estimula muito pouca coisa.

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Existe todo um outro mundo embaixo das cobertas.

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Pensar besteira é mais fácil do que não pensar.

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Às vezes eu me pego pensando no helicóptero tailandês.

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Os verdadeiros infelizes são aqueles que dormem de meias porque não têm quem lhes esquente os pés.

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Boa noite.



segunda-feira, setembro 23, 2002


Movie Quote Day

Feliz dia de São Lino a todos.

'— You are a very strange man.
— You have no idea.'






O tesouro do Faraó

Achei meu egípcio maluco! E ele não é egípcio coisa nenhuma. Por um lado, isso foi meio frustrante, eu já estava imaginando todo um enigma piramidal que respondesse às minhas perguntas, mas pensando bem, é melhor assim. Não seria nada legal se fosse um fundamentalista psicótico me perseguindo por eu ter falado mal de sorvete de creme. De psicótico, já basta o meu leitor. Ele parece meio indeciso quanto ao fato de ser maluco ou não, então vocês podem ir no blog dele e tirar suas próprias conclusões.



domingo, setembro 22, 2002




Interlúdio

Charlie bem que gostaria de ter se retirado para um esconderijo secreto e passar a semana fazendo planos mirabolantes para conquistar a Trakinas, mas infelizmente ele nunca soube como parar o tempo. A semana continuou a transcorrer normalmente, o que quer dizer que ele teve que freqüentar a faculdade e até mesmo assistir às aulas. Por um lado, manter a cabeça ocupada não era ruim, pois quanto mais a festa se aproximava, mais nervoso ele ficava. Por outro, era difícil se concentrar em qualquer coisa com todas as preocupações que ele tinha:
- A caverna de Platão...
"E se ela mudar de idéia e não for na festa?"
- Blá-blá-blá Sócrates...
"E se ela levar alguém?"
- Blá-blá-blá Kant...
"E se ela tiver arrumado um namorado ontem à noite?"
- Blá-blá-blá Spinoza...
"E se eu abrir meu coraçãozinho e ela pisar em cima dele?"
- Blá-blá-blá morte...
"E se ela rir de mim?"
- Blá-blá-blá vida...
"O que eu vou dizer?"
- O amor é um porteiro de boate que sorri.
"Hein? Do que esse cara tá falando?"
E assim a aula de filosofia foi passando para Charlie, como a paisagem numa viagem de carro muito longa. No começo você ainda repara nas casas e árvores passando, mas lá pelas tantas você começa a ignorar o mundo ao seu redor por completo. Tanto que Charlie sequer percebeu quando acabou. Foi preciso uma cotovelada de Samuel para que ele acordasse:
— Tá dormindo, cara? Hora de ir, 'bora tomar umas cervejas? – Charlie olhou para cima e viu Samuel sorrindo para ele.
— Não, acho que vou pra casa.
— Essa mulher tá te derrubando, hein?
— Como é que você sabia que...
— Fala sério, cara, sou eu. Você acha que eu não sei que você tava pensando nessa tal de Fandangos?
— Trakinas, corrigiu Charlie.
— Uaréver, deixa o biscoito pra lá, mané. Não vale a pena se preocupar com mulher não. Na hora você vai lá e passa o rodo nela.
— Falar é fácil, né, Samuel?
— Não, falar é difícil. Catar essa mulher é bem mais fácil do que manter um diálogo intelectual com ela.
— Será?
— Claro. Deixa o biscoito pra lá, Carlitos, vamos nos divertir. Olha, eu tô com o livro básico de Vampire aqui na mochila. Quer jogar?
— Pode ser.
— Então formou. Vou chamar o Manuelzinho pra jogar com a gente, beleza?
— Tá.
Logo depois, os três saíram em busca de uma sala vazia onde praticar o vício sujo e delinqüente do RPG. Procura daqui, procura de lá, as salas estavam todas cheias de alunos em aula, o que gerava aquele bônus divertido de ter trinta pessoas olhando enquanto eles faziam aquele olhar abestalhado de "ops, acho que abri a porta errada". Samuel, revoltado, reclamava que "a merda da faculdade" não tinha aula quando eles queriam e tinha quando não queriam. De sala em sala, sempre a mesma coisa.
Até que subiram ao último andar do prédio e tentaram todas as portas, sem sucesso. Já meio desistindo, Charlie chegou a uma porta no final do corredor. Ele podia ver, pela fresta embaixo da porta, que a luz estava apagada, mas a porta não cedeu quando empurrou a maçaneta. Concluindo que estava trancada, voltou para contar o fato.
— Trancada?, perguntou Samuel. Que estranho.
— De repente a gente consegue a chave. Vou lá embaixo falar com o porteiro.
E Manuelzinho foi em direção ao elevador e sumiu numa curva.
— Deixa eu ver essa porta – pediu Samuel. Quem sabe eu não consigo abrir com um clipe. Um amigo meu trabalhou como chaveiro e me ensinou a fazer.
— Sei, Samuel, suspirou Charlie, pensando que já ouvira isso antes.
Eles foram até a sala trancada, meio desesperançosos e ficaram olhando fixamente para a porta, até Samuel virar bruscamente e dizer:
— Ô Charlie, me explica uma coisa.
— Fala.
— Como é que essa porta tá trancanda se ela não tem fechadura?
Só então Charlie reparou que havia um buraco embaixo da maçaneta, bem onde a fechadura deveria estar.
— Mas ela não abre, ó – disse Charlie empurrando a maçaneta, meio confuso.
— Não abre o caralho – respondeu Samuel.
Ele recuou alguns passos e literalmente enfiou o pé na porta, com toda força. A porta foi abrindo bem devagar, centímetro por centímetro, fazendo um barulho agudo de alguma coisa sendo arrastada. Quando ela abriu por completo, os dois foram confrontados por dois pares de olhos e uma bunda. O rapaz de pé, com as calças no joelho, e a moça deitada na mesa olhavam para fora embasbacados, enquanto os não menos aturdidos Charlie e Samuel não esboçavam qualquer reação. Demorou um pouco para que todos os quatro percebessem o que tinha acontecido.
O casal dentro da sala tinha sido mais rápido do que eles em encontrar uma sala vazia. Como a sala não tinha trinco, os dois empurram um latão de ferro contra a porta para não serem incomodados. O que explicaria a total perplexidade ao dar de cara com dois nerds interrompendo sua diversão.
Já Charlie e Samuel, que queriam apenas um lugar sossegado para jogar RPG, estavam descobrindo novos jeitos de ficarem envergonhados. Charlie se viu desejando que uma manada de elefantes passasse atrás deles naquele momento. Ninguém se mexia, um esperando que o outro fizesse alguma coisa. Até que, recuperando a fala, Samuel quebrou o silêncio:
— Desculpa, disse na voz mais firme que conseguiu encontrar. Ele fechou a porta e os dois foram se afastando sem dizer nada. Pegaram o elevador, desceram até o térreo e encontraram Manuelzinho, ainda procurando o porteiro.
— Ué, que que você tão fazendo aqui? Desistiram?
— Desistimos. Esse negócio de RPG não leva a nada. Eu vou para casa dar uns catucos na patroa, disse Samuel.
— E você, Charlie?
— Eu? Eu... Ah, eu vou só pra casa mesmo.
Depois disso, Charlie não pensou mais na Trakinas o dia inteiro.



sexta-feira, setembro 20, 2002


Não percam, amanhã, o segundo capítulo das incríveis aventuras de Charlie:
– Episódio 2: o ataque dos nerds.



quinta-feira, setembro 19, 2002


A jóia do Nilo

Agora chega. Eu estava disposta a ignorar o fato, a tratar como uma mera curiosidade, mas assim também já é demais. Se você é o egípcio maluco que já esteve aqui QUATRO vezes, faça o favor de se identificar e explicar como foi que você chegou aqui. Você mesmo, o cara do "Link Egypt, Egypt". Quem sabe você não fez a curva errada em Alburquerque, veio parar aqui por engano e não sabe como sair? Não precisa ter vergonha não, viu, essas coisas acontecem. Apareça para a gente bater um papinho, ok? Eu juro que não mordo.





Meu médico sempre me disse que eu tenho que fazer exercícios. Aliás, os médicos de outras pessoas também já me disseram que eu preciso fazer exercícios. Um médico maluco também mandou que eu fervesse os meus lençóis, mas isso não vem ao caso. O fato é que depois de anos ouvindo como exercícios fazem bem para a saúde e como eles evitam que você morra, o que é um benefício interessante, eu fui fazer exercícios. Mas eu não me vendi totalmente ao sistema, já que eu ainda me recuso a pisar numa academia de ginástica e especialmente a usar roupas justas de lycra com cores que simplesmente não deviam estar juntas.
O que não significa, de maneira nenhuma, que eu consegui escapar dos "Aaaaahh, muleque!". Os A.m. são uma raça muito comum no Rio de Janeiro, facilmente reconhecível pela camiseta sem manga mamãe-sou-forte, bermudão e óculos escuros, de preferência espelhado e pendurado na nuca. Óculos escuros na nuca é algo que foge totalmente à minha compreensão, e eles usam até de noite, aliás na night, porque A.m. que se preza vai pra night toda noite. E vai a praia no dia següinte pra contar o que fez na night do dia anterior. E passa todo o tempo livre na academia, trabalhando os músculos que ele tem que exibir na praia.
O meu A.m. pelo menos não passa o dia na praia, já que ele trabalha na minha "academia de ginástica". Mas aparece em sites com nomes como boadanight., de óculos escuros e abraçado com uma loura falsa. E ainda por cima, se achando o máximo, do alto de seu imponente 1,60m. Isso também é comum entre os A.m.'s: eles sempre acham que estão agradando. Menos mal que eu só tenho um, e não preciso ficar ouvindo ele dizer "Aaaaaahh, muleque!" o tempo todo. Ele nem é de todo ruim, pelo menos dá para rir da cara dele toda vez que ele tenta azarar as poucas menininhas que freqüentam a minha academia para velhos e preguiçosos. É, pensando bem, deve ser um suplício para ele trabalhar num lugar assim.
Então, para ele e todos os A.m. do mundo, fica a minha singela homenagem:





quarta-feira, setembro 18, 2002

Agora que eu já deixei a perplexidade no ar tempo suficiente, vem a explicação.
Caso alguém tenha se perguntado o que diabos é esse negócio de , é o següinte: um drama épico sobre a vida de Charlie, um cara legal.
Quem é Charlie? Não importa.
Por que eu estou escrevendo isso? Eu não sei.
Onde fica o banheiro? Primeira porta à direita.
A única coisa que realmente importa é que as incríveis aventuras de Charlie serão atualizadas somente aqui, neste bat-local, numa bat-hora aleatória qualquer. Isso foi só o começo.



terça-feira, setembro 17, 2002




– São todas desenháveis. – disse Ben com ar de triunfo.
– O quê?!? – perguntou Charlie, perplexo.
– As suas “mulheres”. Eu finalmente descobri o que elas têm em comum. Elas são desenháveis.
– O quê?!?
– Pensa bem: uma tem olhão, a outra é dentuça, teve aquela do testão e agora essa da cabeça redonda.
– Você ta me chamando de barangueiro?
– Não, não é nada disso. Mas é que todas elas têm pelo menos um traço forte, bem característico, fácil de desenhar, sacou? Você que desenha devia me entender.
– Por que você fala isso como se desenhar fosse ser da Maçonaria?
– Deus do céu, você é difícil! Só estou dizendo que eu consegui sacar qual é o seu tipo de mulher.
– Não sei não...
Nisso, passa no corredor uma caloura morena de olhos grandes e nariz arrebitado. Charlie, previsivelmente, segue a menina com os olhos e acaba dando de cara com o sorrisinho sarcástico de Ben.
– Ok, cara, você tem um ponto. – disse Charlie, se entregando.

Charlie não é exatamente uma pessoa difícil de definir. Ele é um cara de gostos peculiares. Por exemplo, se ele tivesse que escolher uma das mulheres da Turma do Scooby-Doo, ele pegaria a Velma sem pestanejar. Depois de conviver com ele por algum tempo, você acaba vendo que esse tipo de coisa faz todo um sentido dentro do contexto Charlie. E o gosto dele acaba não sendo tão peculiar assim. Afinal de contas, quem iria preferir a Daphne depois de descobrir que mistérios a Velma esconde embaixo daquele suéter de gola role? Ou talvez o Charlie tenha assistido a televisão demais na infância.
De qualquer forma, Charlie sempre teve problemas com as mulheres. A maioria das pessoas acha que é porque ele é muito tímido, mas ele suspeita que tudo teve origem no episódio doloroso da sua pré-adolescência em que a Júlia, sua paixão na época, se recusou a dançar com ele, mas aceitou dançar com outro cara assim que ele virou as costas. Esse é o tipo de coisa que traumatiza um homem. Se você tivesse passado por isso depois de ficar duas horas criando coragem para convidar a garota para dançar, você também teria problemas com as mulheres.
A mulher da vez era a garota do rosto redondo. Como desenhista, Charlie sempre teve uma queda por curvas e, como tímido, por relacionamentos platônicos. Esse não poderia ser diferente. A garota do rosto redondo, que ganhou o apelido de Trakinas, por motivos óbvios, não tem a menor idéia de que Charlie está apaixonado por ela. O problema é que ele se apaixona fácil e rápido demais, o que nem sempre dá chance ao objeto da paixão descobrir isso. Algumas só souberam quando ele já tinha mudado de alvo, outras não sabem até hoje. E assim, ele foi pulando de garota em garota até chegar à Trakinas. Em vinte anos, deve dar um número considerável de mulheres.
Além de ser desenhável, a Trakinas não tem muito em comum com suas antecessoras. Para começar, ela é loura. Charlie sempre teve uma preferência assumida por morenas: esse mito brasileiro de que toda loura é bonita não cola para quem estudou em colégio suíço. Mas a Trakinas é loura e bonita, e não apenas segundo o gosto peculiar de Charlie. Ela é realmente bonita e, por isso mesmo, bastante cobiçada, o que era um problema a mais para Charlie.
– Essas mulheres assim, bonitinhas, quando tem muito homem urubuzando, acabam ficando metidas. Essa aí, daqui a pouco, tá se achando muito mais gostosa do que é. – foi o que disse Tarzan quando Charlie pediu conselhos. Ele ainda acrescentou:
– Se você quiser pegar, é melhor andar rápido. Se der bobeira, ou alguém vai furar seu olho, ou ela vai se achar tanto que não vai ficar com ninguém.
Charlie achou que ele devia ter razão, já que Tarzan era veterano e pegador, e ele ainda estava no quarto período e computava mais empates e derrotas no currículo do que vitórias. Só que agir rápido não é bem o forte de Charlie. Ele prefere admirar à distância, ficar amigo e se tornar o cara para quem elas falam sobre outros caras. Mas dessa vez ia ser diferente.
Desde o último fora, Charlie tinha decidido ser um novo homem. Dessa vez, ele ia vencer o platonismo de uma vez por todas. Ele estava cansado de esperar que ela percebesse que ele era um cara legal e se apaixonasse por ele espontaneamente. A Trakinas ia saber de tudo na primeira oportunidade.
E essa oportunidade não tardou a surgir. Charlie descobriu que ia haver uma festa no Teatro de Arena da faculdade no fim da semana. Depois de sondar um pouco, ele soube que ela iria à festa e começou a fazer planos.
– A Trakinas não perde por esperar.

Fim do primeiro episódio...



segunda-feira, setembro 16, 2002


Movie Quote Day

Mais uma ode, dessa vez à sociedade de consumo.

'– Take the money!
– You think I'm a thief? You see, I'm not the thief. I'm not the one charging 85 cents for a STINKING SODA! You're the thief! I'm just standing up for my rights as a consumer.'








Só hoje! Último dia! Queima total do estoque! Entrega das chaves!

A natureza humana é realmente uma coisa incrível quando observada de perto. Veja o homem médio e a palavra promoção, por exemplo. A simples menção da palavra faz com que ele se sinta atraído. Ele vai dar uma checada, com a desculpa de que estava precisando de umas coisinhas e volta para casa abarrotado de coisas que, na verdade, ele não precisava.
Observemos o homem numa promoção de loja de discos. Ele saliva ao ver o selinho de desconto brilhando lá longe num CD que ele nem gosta muito, mas afinal de contas, se tiver baratinho... Aí ele vai num bipador daqueles (porque essas lojas nunca põe o preço nas coisas?) e descobre que o CD custava 39,90 e está por 31,90: 20% de desconto, uma pechincha. Ele não pode jogar fora uma oportunidade dessas.
Esse fenômeno pode ser melhor observado quando as promoções têm aquele baldão com coisas "a partir de...". O "a partir de..." é a maior lenda da sociedade moderna. Se está escrito "a partir de 5 reais", pode apostar que você não vai encontrar um só ítem lá dentro que custe menos de 10 reais. O pobre homem médio chafurda dentro do baldão durante horas para encontrar um ítem que preste, cotovelando os vizinhos e sempre com medo de que alguém encontre o místico CD maravilhoso e super-barato perdido antes dele. É quase uma busca pelo cálice sagrado. Então ele vai para o caixa todo pimpão, achando que aquele CD que ele encontrou vai custar 5 reais, só para ouvir que ele na verdade custa...
– Cinqüenta reais.
– Mas como assim, cinqüenta reais?!? Eu peguei esse aqui no balde da promoção. Não está em promoção?
– Tá sim. Antes custava setenta. O senhor vai levar?
– Ahn... Não acho que não.
– Próximo, por favor.

Para não ser totalmente humilhado em sua masculinidade, o homem compra qualquer coisa que esteja baratinha. Quando chegar em casa, vai se arrepender amargamente e largar na estante sem nunca ouvir aquele CD solo do Ringo Starr que estava com 50% de desconto. Isso, claro, até o aniversário daquele amigo mala, de quem ele ganhou o "Zezé di Camargo e Luciano ao vivo" no ano passado. O CD está até hoje na estante, desde que ele descobriu, ao tentar trocá-lo, que tinha sido comprado na promoção.
Desse episódio, podemos tirar duas conclusões:
1) O homem é um animal fascinante.
2) Lojas de discos são sórdidas.



sexta-feira, setembro 13, 2002

Isso está se tornando um hábito desagradável, mas...
É que eu realmente preciso ler gibi agora.





Momento "from me to you"

O.k., graças ao meu leitor psicótico e um monte de gente esquisita que veio parar aqui e continua voltando (por algum tipo de neurose coletiva, eu suponho), o brógue está muito perto de completar 1.000 visitas. Eu poderia aproveitar este momento para agradecer a todos vocês e à Academia, mas eu não sou muito disso. Na verdade, eu queria mesmo era pedir ao visitante número 999 que fizesse um "print screen" e mandasse para mim pelo e-mail ali em cima. Se precisar, eu até explico de novo como ele funciona. O visitante 1.000 não precisa não, viu?



Adopt your own useless blob!