quarta-feira, novembro 27, 2002
Filoso quem?
Não me entendam mal: não é que eu não goste de Filosofia. Como alguém pode não gostar de alguma coisa que estuda e explica os mistérios mais fundamentais da humanidade. São assuntos de interesse comum, como de onde viemos, para onde vamos, dói quando eu faço isso? Todo mundo quer saber essas respostas, não é mesmo?
Então, eu gosto de Filosofia. Platão era um cara sensacional, todo aquele lance do banquete, da caverna e, ainda por cima, metade das coisas que ele escreveu ele colou de Sócrates. Bom sujeito. Nietszche também é interessante: o cara tentou acabar com as religiões, matou Deus, ficou maluco, cresceu um bigodão e ainda teve tempo para criar um dos super-heróis mais famosos dos quadrinhos. Ha, eu faço piadas filosóficas. Vejam como eu sou inteligente! Ok, deixa para lá.
Bom, prosseguindo, Filosofia é um tema bem legal, desde que bem explorado, com tempo e paciência. O problema é quando um professor da faculdade, de uma matéria que eu nem devia estar fazendo, me obriga a ler Lukács. Você já leu Lukács? Nããão? Olha, sinceramente, não sei como você sobreviveu até hoje sem satisfazer essa necessidade primordial da humanidade que é ler Lukács. Sério mesmo, como você pode ficar aí sem sabe que "A razão renuncia à sua universalidade, se fragmenta numa pluralidade de razões, isto é, de reacionalizações setoriais, que se limitam a horizontes e motivações particulares"? Como? Realmente, Lukács é uma leitura obrigatória para todos, mas especialmente aqueles que não gostam de ler, nem sabem o que é Filosofia e acham isso tudo coisa de boiola desocupado. Porque aí eles não vão mais achar, vão ter certeza.
Se você encontrar por aí com uma pessoa esnobe que diz que já leu todas as obras dele e entendeu tu-di-nho, pode ter certeza de que é mentira da grossa.
Na verdade, o que eu queria dizer é: Querido Professor, faça o obséquio de enfiar o seu Lukács em um lugar fisicamente desagradável. 'Gradicida.
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23:27
segunda-feira, novembro 25, 2002
Movie Quote Day
Uma questão fundamental da humanidade.
'Get busy living, or get busy dying.'
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23:55
Algum psicopata andou por aí procurando fotos minhas na internet. Pois bem, essa é para você que se deu ao trabalho de ir no Google procurar "fotos da garota do oba fofia", e também para ninguém reclamar que eu não atualizo nunca esse negócio.
Essa é uma foto recente. Sim, eu tenho 4 anos de idade e sou uma criança prodígio. Espero estar completando meu doutorado em astrofísica até os nove anos, para poder iniciar minha carreira na dramaturgia antes dos dez. Aos vinte eu já terei dominado o mundo, é claro. Mas se alguém quiser, pode se render à minha soberania agora mesmo que eu não vou reclamar.
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02:34
sábado, novembro 23, 2002
Ralph Fiennes
Eu realmente queria falar de outra coisa, mas não vai dar. Parafraseando a Regina Duarte: eu tenho medo do Ralph Fiennes. Muito medo mesmo. Desde aquele nazistão de Lista de Schindler, eu sempre soube que o sujeito tinha potencial, mas depois de assistir "Dragão Vermelho" eu tive plena e total certeza de que ele é o mal encarnado. Eu, se fosse o Gary Oldman, ia começar a ficar esperto, porque a qualquer momento ele vai perder o posto de "vilão preferencial de Hollywood". E olha que não é qualquer um que consegue ter lábio leporino e ser aterrorizante ao mesmo tempo. Sendo inglês, deve ser ainda mais difícil, já que eles têm aquela entonação de quem vai te pedir desculpas a qualquer momento por um motivo esdrúxulo, como estar respirando com muita força. Em "Dragão Vermelho", Fiennes tem que competir com Hannibal the Cannibal Lecter, um dos psicopatas mais assustadores da última década, e se esforçar para não ficar rídiculo andando por aí com a bunda de fora dizendo: "eu sou um dragão, eu sou um dragão!". Não deve ser fácil. Mesmo com todos esses atenuantes, eu ainda morro de medo dele.
O mais incrível é que o Ralph tem aquela cara de mau congênita, enquanto seu irmão Joseph tem a cara mais gente boa do mundo. Ele parece alguém com quem eu sentaria para tomar um chopp e conversar sobre filosofia de botequim. A genética é realmente uma coisa sem sentido.
Agora com licença, que eu vou me enfiar embaixo da coberta e tentar dormir de luz acessa.
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03:38
sexta-feira, novembro 22, 2002
Você já parou para pensar que todo clichê um dia foi uma idéia original? Que a primeira vez que um cara escreveu uma poesia para sua amada, levou rosas vermelhas para ela e cantou uma serenata, foi não apenas incrivelmente romântico, como inovador e criativo? Da próxima vez que você perder um tempão queimando a mufa para ter uma idéia própria, pense nisso: você pode estar criando um clichê do futuro.
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00:00
quarta-feira, novembro 20, 2002
Direto do Túnel do Tempo
Volta e meia eu tenho uns ataques de nostalgia surpreendentes, daqueles que fazem sentir saudades das coisas mais estúpidas do mundo. Como toda criança que se preza, eu vi muita televisão e, como criança nos anos 80, eu assisti coisas que hoje em dia são clássicos, como "A Gata e o Rato" (que ainda passa no canal Sony, agora com o nome original "Moonlighting"), e outras que ficaram esquecidas e acabaram caindo atrás da cômoda. Quem aí se lembra de Doogie Howser, médico e adolescente? Era estrelado por um moleque, supostamente de 16 anos, que era médico formado e seu dia-a-dia no hospital enfrentando obstáculos e tendo momentos tocantes. Tudo muito educativo, mas tanto o seriado como seu ator principal Neil Patrick Harris sumiram do mapa. Hoje em dia ele anda fazendo pontas em filmes de ação de segunda categoria e emprestando a voz para desenhos animados, reduto de grandes atores fracassados, como Mark "Luke Skywalker" Hamill.
Outro que teve o mesmo destino foi Jerry O'Connell, o garoto gordinho de "Conta Comigo", um dos maiores clássicos da década. Antes de fazer pontas em filmes adolescentes como "Pânico 2" e "Mal Posso Esperar", ele estrelou um seriado em que era um super-herói adolescente. Era um tipico garoto de High-school americana que ganhava super-poderes e tinha que sobreviver ao colégio, salvar o mundo e esconder tudo dos pais ao mesmo tempo. Esse já era mais bem humorado do que o Doogie, mas mesmo assim ninguém mais se lembra dele.
Na categoria policial, um dos mais esquecidos foi um seriado sobre um casal de policiais durões que combatiam o crime nas ruas, mais ou menos na mesma época da Dama de Ferro Kate Mahoney, carinhosamente apelidada de Kate Machoney, porque criança é muito infame. O seriado chamava-se Hunter e era estrelado pelo careca durão e sua parceira baixinha de cabelos bufantes. O que me chocava nesse seriado eram os contrastes: ele devia ter quase dois metros e ela era uma tampinha, e enquanto ele tinha umas entradas na testa, ela era a sua abundância capilar em pessoa. Era um típico seriado de policias que não seguem as regras mas prendem os bandidos, e não tinha nada de especial. Por isso mesmo, ninguém mais lembra deles.
Nem eu sei porque diabos eu me lembro dessas coisas, já que eu nem gostava desses seriados. E passava tanta coisa melhor na minha infância, como Esquadrão Classe A, Magnum, Profissão: Perigo, Super Vicki, Primo Cruzado, entre muitas outras coisas. Sem falar nos que também foram esquecidos, mas no fundo eram bons. Se bem que esses não são muitos, porque, pela lógica, se fosse bom, não tinha sido esquecido. Na verdade, o melhor seriado esquecido dos anos 80, se não for o único é ...
Você reconhece esse símbolo?
Azar de quem não lembra.
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23:43
Eu apóio essa campanha
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14:48
terça-feira, novembro 19, 2002
Questões relevantes para pensar num momento em que você não tenha nada melhor para pensar (como agora, por exemplo):
Adão tinha umbigo?
Quem veio primeiro, o galo ou a galinha?
Por que as tartarugas só põem ovos no inverno?
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00:07
Movie Quote Day
Sabedoria profunda para começar bem a semana.
'– I haven't got a brain... only straw.
– How can you talk if you haven't got a brain?
– I don't know... But some people without brains do an awful lot of talking... don't they?
– Yes, I guess you're right.'
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00:06
sábado, novembro 16, 2002
Teoria da Conspiração 516
Quão bem você conhece a palma da sua mão? Pense bem nisso, olhe para ela e respnda quanto você realmente conhece a palma da sua mão. Você seria capaz de, numa linha de reconhecimento, escolher a mão certa? Ou você ficaria confuso se as palmas fossem bem parecidas? Eu, pessoalmente, estranho minha palma da mão sozinha mesmo, imagina numa linha com quatro outras. Já as costas da minha mão eu seria capaz de reconhecer a quilômetros de distância, mesmo sem anel nenhum. E existem ainda outras partes do meu corpo que eu reconheço melhor ainda: meus pés, minhas sombrancelhas, até meu dedo mindinho tem mais personalidade do que minha palma da mão. Então a pergunta que eu faço é: por que diabos a expressão é "conheço como a palma da minha mão"? Por que não escolheram uma coisa que as pessoas realmente conhecem? Seria isso uma grande ironia sintática, fazendo com que as pessoas pensassem estar dizendo que conhecem uma coisa, mas na verdade estar dizendo o contrário? Ou então eu tenho uma palma da mão muito sem-graça mesmo.
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00:01
quinta-feira, novembro 14, 2002
Arquivologia
Por algum motivo alheio à minha vontade, o Blogger, meu simpático servidor, comeu os meus arquivos de Agosto. Logo o meu primeiro mês, com os posts-sensação do sorvete de creme e do cheiro dos bebês. A minha depressão por causa disso já estava me levando a um processo de auto-destruição envolvendo drogas, bebidas e pastilhas Valda, quando alguém me mostrou a luz. O arquivo de Agosto ainda existe, ele só não está aparecendo na página dos arquivos. Então, se você é novo aqui (seja muito bem-vindo. Aceita um chazinho?) ou um fã psicótico que precisa ler os meus arquivos constantemente para não entrar em surto, eles estão aqui. De onde eles nunca saíram, aliás.
Ah, e se você sabe o motivo pelo qual eles foram comidos e sabe como consertar isso, o E-MAIL está ali em cima. É só clicar.
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11:29
quarta-feira, novembro 13, 2002
Manifesto Pró-Polainas
Como todo mundo sabe, a História anda em círculos e, de alguma forma bizarra, nós conseguimos voltar para os anos 80. Não perguntem como e muito menos porque pessoas iriam querer voltar para aquela década esquisita cheia de cabelos e mangas bufantes, ombreiras e aquele pozinho brilhante que se chamava pupurina, mas foi rebatizado para glitter devido à globalização. Agora é tarde, já estamos de volta e o máximo que podemos fazer é cair no break enquanto esperamos que alguém reinvente o hip-hop. Mas se é pra voltar aos anos 80, que seja com estilo: eu exigo o meu livre direito de circular com polainas por aí sem ser ridicularizada por meus colegas e familiares.
Ainda me lembro com saudade do meu par de polainas verde com listras rosas e amarelas. Era chocante! Mas elas não eram apenas esteticamente agradáveis: além de bonitas, polainas tem mil e uma utilidades. Servem para esquentar os tornozelos, que são uma área muito negligenciada pela indústria da moda; para criar mais posibilidades de combinação de roupa, você pode ter um par diferente para usar com cada calça, ou um par só para usar com saia, e logo vão começar a surgir as polainas de tecidos sintéticos especiais, polainas chiques para sair à noite e as esporte, para usar de dia; isso sem falar nos benefícios práticos. Num jogo de Strip Poker, por exemplo. Digamos que você tenha azar no jogo e vai parar acidentalmente numa roda de Strip Poker. Você perde uma mão e tira os sapatos, claro, todo mundo começa pelos sapatos. Depois perde outras e tiras as meias. Logo depois você vai ter que passar para uma peça importante, tipo a camisa, a não ser que você esteja de polainas. Aí você ainda vai poder tirar as polainas antes de ser exposto ao rídiculo de exibir os seus pneuzinhos para todo mundo. Viu como elas são úteis? Pela volta das polainas já!
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23:48
Lista dos meus 5 spams preferidos
1. MiniNinjas: Facas Ginsu são coisa do passado, os mini-ninjas vendem facas e espadas especiais para todas as suas conveniências ninjas, samurais e medievais. Sempre quis saber se eles vendem aquelas estrelinhas maneiras que se prendem na viga de madeira atrás do herói, mas nunca fui besta o suficiente pra perguntar. Embora eles me mandem e-mails quinzenalmente.
2. Grandes mutretas sensacionais: Recebo vários, mas o que eu mais gostei foi de um sujeito africano que dizia ter desviado um dinheiro do governo do seu país, onde ele tinha um cargo importante. Ele e seus sócios precisavam tirar o dinheiro do país sem ser por vias legais para que ninguém fizesse perguntas, então eles queriam contas no exterior onde eles pudessem depositar a grana sem levantar suspeitas. Quem estivesse interessado poderia ficar com 10% da grana, que era a bagatela de 6 milhões de dólares. Por esse preço, eu vou até lá descolar um cargo desses para mim. O detalhe final da coisa é que o tal sujeito era padre. Deus abençõe a Igreja Católica.
3. E-mails em línguas que eu não falo: O último se entitulava "Dien Geshenk" e estava todo numa língua qu eu suponho que seja alemão. "Ich habe auch nichts gegen einen realen. Treff wenn ich gefallen an dir finde und du natuerlich auch an mir." e por aí vai. Não faço a menor idéia de sobre o que eles estão falando, mas espero que seja educado, pelo menos. Desculpem se eu xinguei a mãe de alguém por tabela.
4. Automóvel Clube: Esse é irônico. Eu não tenho carro. Nem carteira. Eu nem sei dirigir.
5. Qualquer spam que venha com "Isto não é Spam, é Marketing Direto" escrito em letras garrafais no final.
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01:10
terça-feira, novembro 12, 2002
Cena Carioca
Praia de Ipanema, por volta de sete horas de um domingo. O carro de polícia vem abrindo caminho entre os pedestres para dar passagem ao trânsito. É o fim do fim de semana. Um garoto negro gordinho vem correndo pela areia enquanto seus pais caminham pelo calçadão. Ele vem se aproximando na sua corridinha desengonçada de criança de cinco anos, vestindo short e camisa regata, descalço, sorrindo muito. Bem na minha frente, ele pára e sobe num bloco de cimento que parece ser a ponta de algo enterrado na areia. Ainda sorrindo, ele ergue os braços abertos e diz, para mim e para o resto do mundo: "Eu sou campeão!" Então eu aplaudo a vitória dele e, quando eu termino, ele desce do pódio e continua correndo na mesma direção. Fiz o dia de um garotinho.
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00:54
segunda-feira, novembro 11, 2002
Movie Quote Day
Grandes clássicos merecem duas citações. Mas não acostuma, não.
'Life moves pretty fast. If you don't stop and look around once in awhile, you could miss it.'
'Ferris Bueller, you're my hero.'
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23:11
Vivendo em sociedade
Sendo uma pessoa essencialmente anti-social e cínica, eu não lido bem com pessoas que falam comigo na rua. Tenho uma certa dificuldade em determinar se elas estão só sendo simpáticas ou se elas querem alguma coisa. Por exemplo, se você está no cinema, assistindo os créditos finais do filme e um sujeito do seu lado começa a puxar papo e perguntar o que você achou do filme, você pode até achar que ele é só uma pessoa legal. Mas se o tal sujeito começa a te seguir pra fora do cinema para continuar a conversa, não deixa você ir embora, insinua que ele está indo para uma happy hour e tenta te levar com ele; ele não é mais tão legal. Ele é um mala carente que só quer te embebedar e... bem, vocês sabem o que ele quer. Esse sujeito existe, e são pessoas como ele que destroem a minha fé na humanidade. Claro que se uma velhinha vier me pedir informações na rua, eu não vou achar que ela quer alguma coisa que não seja saber onde fica o endereço que ela perguntou. Como eu não consigo dar informações mesmo, isso já é um outro problema.
Então outro dia desses, eu estou na livraria com uma amiga e encontro um livro chamado "Underdogs", que nada mais é do que a versão importada desse "Um Dia de Cão", livrinho simpático porém totalmente inútil que combina fotos de cahorros com frases de pessoas famosas. É bom explicar que a primeira vez que eu encontrei esse livro, há quase um ano atrás, ele ainda não havia sido publicado no Brasil. Eu dei uma folheada nele e me apaixonei pela primeira frase, uma pérola de Charles Schultz, o criador de Charlie Brown e sua turma. A frase, para quem ficou curioso, era: "My life has no purpose, no direction, no aim, no meaning, and yet I'm happy. I can't figure it out. What am I doing right?" Então eu pensei, "que livro bonitinho. Se custar menos de 20 reais, quem sabe eu não compro?" e fui bipá-lo alegremente. O livro custava a bagatela de R$116,00. Eu vou repetir isso: cento-e-dezesseis-reais. Então eu não comprei, claro, e alguns meses depois ele foi publicado no Brasil por apenas R$19,90; por isso não estranhei em descobrir que o livro ainda estava na estante depois de tanto tempo.
Como eu conto essa história para todo mundo, a título de ilustração da podridão do capitalismo, das livrarias e coisas afins, eu peguei o livro e fui mostrar para a minha amiga. Estou parada com o livro na mão e, antes que eu consiga começar a contar a história de novo, eis que surge uma voz de trás de uma estante.
– Onde você pegou esse livro?
Primeiro eu pensei que fosse um atendente da livraria que ia me dar um esporro porque eu não podia ter tirado livro da estante, ou alguma coisa assim. Depois eu vi que era só um cara interessado no livro.
– Daquela estante ali, ó.
– Que legal. Você gosta de cachorros?
– Gosto, respondi.
Nisso, minha amiga já está olhando pro sujeito com uma cara desconfiadíssima. Ela é ainda mais cínica do que eu.
– Você quer ver as fotos dos meus?
– Ah, você tem (fotos malas pra mostrar)? – nós perguntamos ao mesmo tempo. Que tipo de sujeito anda com fotos dos cachorros na mochila e sai mostrando para mulheres desconhecidas em livrarias?
– Tenho. Sorridente, ele saca um bolo de umas doze fotos de três animais correndo pelo campo.
Ele começa a explicar para mim qual é a raça, a idade e a história de cada um deles. Nisso, eu vou passando as fotos para a minha amiga que está com uma cara cada vez menos amigável. E eu só consigo responder:
– Ah, sei, que legal.
Depois eu devolvo as fotos e ele começa a perguntar sobre o livro. Como é, seu eu já li, que frases tem e depois comenta que parece muito o "Um Dia de Cão". Aí eu tenho que explicar que é uma versão em inglês do mesmo livro e tal, que tem as mesmas fotos e as mesmas frases só que traduzidas, enquanto ele faz aquela cara de "estou prestando toda a atenção do mundo em você, mas na verdade não estou te ouvindo". Então fica aquele silêncio desconfortável, ele guarda as fotos e diz:
– Tchau então.
Depois que ele vai embora, eu pergunto:
– O que foi isso? Que bizarro. O que será que ele queria?
– Eu acho que ele queria te cantar, responde minha amiga.
– Ou cantar você. Ele não está aqui atrás ainda não, né?
– Não, já foi.
– Ainda bem. Que mala.
Depois fiquei me sentindo mal por ter sido antipática. Agora eu não sei se ele era só um cara amigável, ou se tinha segundas intenções. Se tinha, mostrar fotos dos cachorros não foi uma boa. O fato é que eu fico preocupada: sou eu que sou excessivamente desconfiada ou as pessoas que estão ficando mais mal-intencionadas? E se o cara da livraria estiver lendo isso: desculpe, amigo, mas você é um tremendo mala.
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01:29
quinta-feira, novembro 07, 2002
Da série: Coisas que você precisa fazer antes de morrer
Ser a melhor pessoa que você conhece em uma determinada coisa. A melhor mesmo, praticamente a única. Ser o complemento óbvio para a frase "Isso é um trabalho para..."
Você, lógico!
E, principalmente, se fazer de surpreso quando as pessoas vierem te chamar para cumprir a tarefa que só você pode conseguir. Essa é a melhor parte.
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00:37
quarta-feira, novembro 06, 2002
Ei, aonde vocês pensam que estão indo?
Voltem aqui já que eu ainda não acabei.
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17:31
segunda-feira, novembro 04, 2002
Movie Quote Day
Devido a motivos de força maior de esquecimento, semana passada não teve movie quote. Por isso, essa semana terá DOIS movie quotes no mesmo day.
1)'Frank, you are 10 of the most boring people I know.'
2) '– Yeah? Well at least I'm not ugly!
– Yes you are, and your boring and totally ordinary and you know it.'
Homenagem aos chatos do mundo e ao meu chato específico. Você não sabe quem você é.
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23:58
sábado, novembro 02, 2002
O pior biscoito do mundo
O universo dos lanches é vasto e largamente inexplorado. Ainda há muito para ser descoberto, coisas que deixariam a mente humana perplexa e duvidando de dogmas fundamentais de sua existência. E, acredite, algumas coisas é melhor que continuem no reino do desconhecido. Duvida? Então você obviamente não conhece Tricks, o snack sabor provolone da Filler. Eu invejo você e a sua ignorância abençoada.
Tricks é o pior biscoito de todos os tempos. Juro. Se houvesse uma eleição para "pior biscoito de todo os tempos", ele ganharia por maioria absoluta no primeiro turno. Os concorrentes não iam dar nem para saída. Tricks não tem só gosto ruim: a cor, o formato e, principalmente, o cheiro também são igualmente horríveis. Para dar uma idéia, depois de apenas três biscoitos, eu joguei o resto fora na lata de lixo do lado do computador. No dia següinte, o cheiro do biscoito se tornou tão insuportável, que eu não agüentei mais dividir o mesmo espaço com ele e tive que jogar o lixo fora. O gosto de biscoito velho me fez desconfiar que estivesse fora da validade, mas não: ela só vence em fevereiro de 2003. O gosto é que é ruim mesmo.
Diga-se de passagem, a embalagem também não é lá essas coisas, como vocês podem ver abaixo:
Essa é a face do inimigo
Meu conselho para vocês é: fujam desse biscoito. Mas, se algum de vocês sádicos por aí quiser realmente conferir se ele merece o título de "pior biscoito do mundo", a viação 1001 distribui essa maravilha no lanchinho gratuito do seu ônibus executivo. Eu quero deixar bem claro que não me responsabilizo por qualquer efeito colateral causado pelo consumo de Tricks, o snack sabor provolone da Filler. Consuma por sua própria conta e risco.
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00:24
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